10/Dez/2019

Os produtores de milho continuam definindo os preços em várias regiões. Na expectativa de maiores altas, quem ainda tem o grão prefere aguardar, principalmente até o início do ano, quando a escassez tradicionalmente é mais acentuada. Assim, o preço continua firme e só não sobe mais porque grandes agroindústrias conseguiram se abastecer. Atualmente, quem mais demanda milho são pequenos e médios consumidores, preocupados em preencher estoques de passagem de ano. Em Mato Grosso do Sul, o mercado spot de milho segue retraído.

Os compradores locais sobem suas indicações, mas o interesse de venda é restrito. A indicação está entre R$ 39,00 e R$ 39,50 por saca de 60 Kg FOB base Dourados, para retirada e pagamento em janeiro. As indústrias locais estão abastecidas e quem demanda mais atualmente no Estado são confinadores e granjas. Um mercado que costuma buscar bastante milho em Mato Grosso do Sul é o de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, mas eles estão na iminência da safra de verão (1ª safra 2019/2020) e estão demandando menos. Quem tem buscado o grão no Estado é São Paulo, que tem dado sustentação aos preços.

Os produtores preferem segurar os lotes que ainda tem, pois, tradicionalmente, no primeiro semestre, Mato Grosso do Sul tem uma procura maior por milho. Além disso, o produtor mantém no radar um possível atraso no plantio da 2ª safra de 2020, em função da falta de chuvas no início do plantio da safra de soja, que, consequentemente, empurra para a frente o prazo de semeadura do milho. Quanto à negociação antecipada da 2ª safra de 2020, os negócios fluem mais. Há registro de negócios entre R$ 30,00 e R$ 31,00 por saca de 60 Kg FOB base Dourados, para retirada em julho e pagamento em agosto ou retirada em agosto e pagamento em setembro.

No Paraná, na região norte, há registro de negócios a R$ 43,00 por saca de 60 Kg, para retirada imediata e pagamento em 30 dias. Muitos vendedores estão retraídos e apostam em valores ainda maiores, atentos à possibilidade de uma janela de plantio mais curta e nas perspectivas de demanda, com exportações aquecidas e consumo aquecido para produção de carne. Quanto à negociação antecipada da 2ª safra de 2020, a indicação é de R$ 40,50 por saca de 60 Kg, para entrega em julho e agosto no Porto de Paranaguá e pagamento no fim de setembro.

No Rio Grande do Sul, na região de Vacaria, os compradores indicam R$ 46,00 por saca de 60 Kg no spot. Quem está puxando a alta de preço é o comprador do mercado interno ainda desabastecido para as necessidades de fim de ano. Muitos compradores consideram esse nível de preço muito alto e estão fora do mercado. Os que estão sem estoques adquirem pequenos lotes e acabam se sujeitando a esse preço.