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14/Out/2019

Tendência é de sustentação para os preços da soja

A tendência é de sustentação para os preços da soja no Brasil, com viés altista para essa entressafra, diante da alta dos futuros em Chicago, quebras maiores na safra 2019/2020 nos Estados Unidos, atraso do plantio em algumas regiões do Brasil, dólar em patamares elevados e o fechamento de um acordo comercial parcial entre China e Estados Unidos. O plantio de soja está avançando de forma mais intensa, especialmente no Paraná e na Região Centro-Oeste, favorecido por chuvas nas principais áreas de produção de soja. No entanto, as precipitações ainda estão esparsas, preocupando os agentes quanto à germinação e ao desenvolvimento das lavouras. Na Região Sudeste do País, o cultivo está mais lento, devido à baixa umidade do solo. No Paraná, o plantio já está em 50% nas regiões norte e centro-oeste. Do total da área (estimada em 5,5 milhões de hectares em 2019/2020), 22% foram semeadas até o dia 7 de outubro, abaixo dos 38% de igual período de 2018.

Em Mato Grosso, na média do Estado, 6,6% da área prevista havia sido semeada até o dia 4 de outubro, abaixo dos 12,6% semeados no mesmo período de 2018. Nos Estados Unidos, o clima desfavoreceu praticamente todo o ciclo da oleaginosa, reduzindo a produção do país. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indica produção de 96,6 milhões de toneladas, 2,3% inferior ao estimado em setembro e 19,8% abaixo da safra 2018/2019. Até o dia 6 de outubro, 14% da área de soja norte-americana havia sido colhida, abaixo dos 31% em igual período de 2018 e dos 34% na média dos últimos cinco anos. Por outro lado, as exportações dos Estados Unidos continuam previstas em 48,3 milhões de toneladas, 1,5% a mais que o volume exportado na safra passada.

Vale lembrar que, há algumas semanas, a China retomou as compras dos Estados Unidos, inclusive, na última semana, os embarques do grão norte-americano somaram 1,03 milhão de toneladas, 70,6% a mais que o de igual período de 2018. Diante das incertezas quanto à produção global de soja, grande parcela dos produtores brasileiros está retraída das comercializações, acreditando obter maior receita nas vendas nos próximos meses. As negociações com entrega em março/2020, por sua vez, estão mais aquecidas, visto que parte dos compradores tenta garantir lotes, mesmo com preços maiores. Além da retração vendedora, a valorização do dólar e a alta nos contratos futuros na Bolsa de Chicago estão sustentando os preços domésticos. O movimento altista, no entanto, é limitado pela forte queda nos prêmios de exportação. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 0,8%, cotado a R$ 88,00 por saca de 60 Kg.

A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ está estável nos últimos dias, cotada a R$ 81,31 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, a cotação da oleaginosa registra aumento de 0,5% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,1% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Quanto aos derivados, parcela dos consumidores sinaliza estar abastecida com farelo de soja até o início de novembro, enquanto a demanda interna por óleo de soja segue aquecida. As indústrias, por sua vez, estão reticentes nas comercializações desses subprodutos, alegando estar com estoques reduzidos da matéria-prima. O preço do óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) apresenta valorização de 1,1% nos últimos sete dias, a R$ 3.316,99 por tonelada, o segundo maior valor diário, em termos nominais, da série do Cepea, iniciada em julho de 1998. Os preços de farelo registram alta de 0,8% no mesmo comparativo. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.