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21/Out/2019

Tendência altista para os preços da soja no Brasil

A tendência é altista para os preços da soja no mercado brasileiro, com mais uma redução na projeção da produção dos EUA na safra 2019/2020, dólar acima do patamar de R$ 4,10 no Brasil e oferta interna restrita nesta entressafra. O relatório semanal de progresso da safra da terça-feira passada (15/10) ainda não mostrou o impacto das tempestades de neve no norte das Grandes Planícies dos Estados Unidos e os efeitos dessa onda de frio só devem ser refletidos no documento desta segunda-feira (21/10), o que poderá impulsionar ainda mais as cotações futuras da soja na Bolsa de Chicago. As altas são limitadas pela queda dos prêmios nos portos, principalmente para embarques da safra nova (2019/2020).

Os preços de soja subiram com força no Brasil, voltando a fechar na casa dos R$ 90,00 por saca de 60 Kg no Porto de Paranaguá (PR), patamar nominal verificado em outubro de 2018. Esse movimento está atrelado à falta de chuva em importantes áreas produtoras de soja, ao baixo volume remanescente da safra 2018/2019, à valorização do dólar frente ao Real e às elevações nas cotações externas. A queda no prêmio de exportação, no entanto, limita a valorização doméstica. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 2,4%, cotado a R$ 90,07 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra aumento de 3,3% nos últimos sete dias, a R$ 84,03 por saca de 60 Kg.

Nos últimos sete dias, a cotação da oleaginosa registra avanço de 2,1% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e no mercado de lotes (negociações entre empresas). Essa reação nos valores domésticos da soja preocupa os representantes de indústrias, que indicam ter estoques reduzidos da matéria-prima e dificuldades no repasse dos reajustes da oleaginosa aos derivados. Uma parte relata ter soja para processamento para apenas 15 dias, enquanto outras precisam comprar lotes em regiões mais distantes, o que tem elevado os custos com frete. O maior consumo de óleo de soja para biodiesel, no entanto, alivia a preocupação dessas indústrias. A demanda por farelo de soja também voltou a se aquecer nos últimos dias, especialmente por parte de avicultores e suinocultores. Os prêmios de exportação estão em queda no Brasil, influenciados pela retração na demanda externa pela soja nacional e pela maior oferta nos Estados Unidos.

No Porto de Paranaguá (PR), o embarque em novembro/2019 da soja em grão está cotado a +US$ 0,78 por bushel. Nos Estados Unidos, além do estoque remanescente elevado, a colheita da safra 2019/2020 está no pico, o que torna o produto mais atrativo aos consumidores estrangeiros. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a colheita no país avançou 12% na semana passada, chegando a 26% da área, mas ainda abaixo dos 37% colhidos em igual período de 2018 e dos 49% na média dos últimos cinco anos. Ainda assim, os preços externos estão avançando, influenciados por expectativa de maior importação da China. Na parcial desta temporada, as exportações dos Estados Unidos já estão 7,4% superiores às do mesmo período de 2018.

Na Bolsa de Chicago, o contrato Novembro/2019 da soja registra valorização de 0,9%, cotado a US$ 9,31 por bushel. O contrato com vencimento em dezembro/2019 do óleo de soja apresenta alta de 2,3%, a US$ 669,98 por tonelada. O contrato de mesmo vencimento do farelo de soja registra leve recuo de 0,3%, a US$ 338,19 por tonelada. No Brasil, há produtores indicando necessidade em fazer replantio em áreas do Paraná e de Mato Grosso, especialmente nas regiões do oeste e norte desses Estados. Muitos produtores de Mato Grosso estão preocupados, tendo em vista que têm contratos fixados de algodão, cultivado após a soja. O desafio desses produtores será repassar o maior custo da produção ao preço final da oleaginosa. Muitos insumos estão mais caros nesta temporada (especialmente fertilizantes) e, agora, alguns produtores terão mais custos com sementes, com o possível replantio. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.