27/Jan/2020

A comercialização de trigo no mercado interno evolui pouco. Com a alta recente dos preços do cereal, os moinhos têm evitado aquisições de volumes expressivos. A indústria moageira alega que não consegue absorver o preço pedido pelo produtor e que ainda tem reservas para consumo imediato. Por isso, seguem retraídos do mercado. Outro ponto que vem contribuindo para travar os negócios é o atraso na colheita da safra de verão (1ª safra 2019/2020). Diminui a pressão para que o produtor libere espaço nos armazéns para estocar a nova safra. Com isso, quem tem cereal disponível e não tem necessidade de capitalização imediata está segurando a oferta a fim de garantir preços mais remuneradores.

No Paraná, os produtores indicam R$ 1.000,00 por tonelada FOB para cereal tipo pão, acima do valor observado na semana anterior, de R$ 950,00 por tonelada. No Estado, há registro de negócios pontuais entre R$ 950 e R$ 960 por tonelada FOB. No Rio Grande do Sul, em que cerca de 60% da safra já foi comercializada, agentes estimam alta de 6,5% no preço real do cereal nos primeiros 20 dias de janeiro. Os produtores da região das Missões e da Fronteira Oeste, que antes indicavam R$ 750,00 por tonelada FOB para cereal tipo pão, agora indicam R$ 800,00 por tonelada. No norte do Estado, divisa com Santa Catarina, os preços são superiores, com produtores indicando entre R$ 830,00 e R$ 850,00 por tonelada. Em ambos os casos, os moinhos indicam entre R$ 760,00 e R$ 780,00 por tonelada, nas mesmas condições.

A oferta restrita na Argentina, que já comercializou 75% da safra, de 18,5 milhões de toneladas, também contribui para a alta do preço no cereal nacional. Os produtores observaram a alta externa e, com quebra de produção nacional, os preços subiram imediatamente. A importação do cereal argentino, contudo, também vem se desacelerando nas últimas semanas. Os importadores relatam que os preços indicados pelo cereal argentino superam US$ 227,00 por tonelada, para entrega em janeiro e fevereiro, acima dos US$ 200,00 por tonelada observado na primeira semana de janeiro. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.