17/Mar/2021
Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a inflação medida pelo Índice Geral de Preços deve manter a tendência de repasses ao longo da cadeia produtiva dos aumentos de custos represados em meses anteriores. Ainda no primeiro semestre, a taxa acumulada em 12 meses deve alcançar novo recorde desde a implementação do Plano Real. O Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) passou de alta de 2,97% em fevereiro para avanço de 2,99% em março. O índice acumula alta de 31,16% em 12 meses, o maior resultado desde maio de 2003, quando estava em 32,19%. Toda essa pressão em torno de commodities que se acumulou por mais de um ano começa a se espalhar agora pelo resto dos estágios da cadeia produtiva.
Essa passagem acende o alerta sobre o espalhamento das pressões inflacionárias. Os aumentos do óleo diesel e da gasolina nas refinarias responderam por 21% do resultado do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-10) em março. A alta também chegou ao varejo: a gasolina foi responsável por 63% do resultado do Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10) no mês. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-10) passou de uma alta de 3,90% em fevereiro para uma elevação de 3,69% em março. Houve aceleração nas taxas dos bens finais e dos bens intermediários, enquanto as matérias-primas brutas subiram menos que no mês anterior.
Os preços ao consumidor verificados pelo IPC-10 saíram de um avanço de 0,35% em fevereiro para um aumento de 0,71% em março. O setor industrial tem mais dificuldade de repassar custos nesse momento. A economia não está aquecida, houve uma pressão de custos muito grande. Gradualmente isso costuma chegar ao IPC, os preços crescem em ritmo lento. Não é a magnitude, é a tendência que se desenha há vários meses de espalhamento. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10), que mede os preços da construção civil, teve alta de 1,96% em março, depois de subir 0,98% em fevereiro. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.