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22/Mar/2021

Inflação está menos desigual entre faixas de renda

A aceleração da inflação em fevereiro parece ter sido menos desigual socialmente do que foi a evolução dos preços nos meses anteriores. Ela atingiu todas as cinco faixas de renda em que o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divide a população para aferir como a alta dos preços afeta os orçamentos das famílias de acordo com seus rendimentos. No mês passado, a alta de 7,1% dos combustíveis foi um dos fatores mais fortes para que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE alcançasse 0,86%, ante 0,25% em janeiro. Todas as faixas de renda sentiram o aumento. Mas as de renda mais alta sofreram mais a elevação dos custos de transportes do que as de renda menor.

Assim, para os brasileiros de renda muito baixa, a inflação aumentou de 0,21% em janeiro para 0,67% em fevereiro. Para os de renda alta, a variação foi mais ampla, de 0,29% para 0,98% entre um mês e outro. No caso das famílias de renda mais baixa, além dos combustíveis, os reajustes de 0,33% dos ônibus urbanos e de 0,56% do trem explicam a pressão exercida por esse grupo (transportes). As famílias de renda mais alta igualmente sentiram o impacto da alta dos combustíveis, mas, para parte delas, a queda de 3,09% nos preços das passagens aéreas pode ter atenuado o peso dos transportes em seus orçamentos. Os aumentos dos aluguéis (de 0,66%), da taxa de água e esgoto (1,0%) e do botijão de gás (3,0%) afetaram mais os orçamentos das famílias de renda mais baixa.

Já o reajuste de 3,1% das mensalidades escolares pressionou mais os orçamentos das de renda mais alta. A desaceleração dos preços de alimentos evitou o aumento da inflação para todas as faixas de renda. Mas os aumentos observados nos meses anteriores, alguns muito expressivos - como os do arroz, do óleo de soja, da carne, entre outros produtos comuns na mesa dos brasileiros -, continuam a pressionar a inflação dos mais pobres no período de 12 meses. A inflação de 12 meses se acelerou em fevereiro para todas as classes de renda, mas a diferença entre as faixas se mantém. Para as famílias de renda muito baixa, é de 6,75%; para as de renda alta, de 3,43%. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.