23/Abr/2021
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, reforçou o pedido por recursos internacionais para apoiar o combate ao desmatamento ilegal na Amazônia. O ministro destacou que a duplicação de recursos para ações de comando e controle, anunciada hoje pelo presidente Jair Bolsonaro, deve ser direcionada para equipes da Força Nacional e órgãos de fiscalização. Os recursos, especificamente em comando e controle, serão dobrados, e os recursos estão sendo estabelecidos agora por ocasião da aprovação do orçamento junto ao Congresso Nacional. O ministro, contudo, não deu detalhes sobre os valores que serão reforçados.
Segundo ele, isso é importante porque dá sustentação ao pagamento das equipes da Força Nacional, que podem aumentar substancialmente, e que se somam ao que já tem de equipes de logística do Ibama, ICMBio, Polícia Federal e contar com o apoio logístico das Forças Armadas. Salles também reiterou o pedido de que países, empresas, entidades nacionais e estrangeiras, colaboram com o robustecimento do orçamento para redução do desmatamento ilegal, além no desenvolvimento da região. No início da gestão de Bolsonaro, o ministro do Meio Ambiente chegou a desdenhar de recursos internacionais voltados para a região amazônica, o que depois levou à paralisação do Fundo Amazônia bancado pela Alemanha e Noruega.
Depois de recordes no desmatamento e queimadas, Salles mudou o tom e passou a defender que o Brasil deve ser pago por seus serviços ambientais. Essa posição foi a mesma defendida por Jair Bolsonaro em sua carta ao presidente norte-americano Joe Biden e em sua fala nesta quinta-feira (22/04) na Cúpula de Líderes sobre o Clima. O ministro afirmou que com a queda do desmatamento os repasses do Fundo Amazônia poderiam ser restabelecidos. Ele afirmou que a ajuda internacional de US$ 1 bilhão seria suficiente para diminuir substancialmente o desmatamento ilegal na região amazônica em 12 meses.
Ele também destacou que o valor é inferior ao montante de US$ 20 bilhões que o presidente norte-americano Joe Biden disse que enviaria à Amazônia, durante a sua campanha presidencial. Salles disse que a quantia de US$ 1 bilhão também está aquém do que o Brasil dispõe em crédito de carbono, que seria de cerca de US$ 133 bilhões (o valor se baseia no mercado livre de créditos de carbono da Califórnia, que ainda não foi regulamentado no âmbito do Acordo de Paris sobre o Clima). O ministro reforço que US$ 1 bilhão de dólares para essa operação de comando e controle junto com o incentivo econômico darão condição de reduzir substancialmente o desmatamento ilegal naquela região em 12 meses.
O comentário veio em meio aos pedidos de apoio que o ministro fez a governos e empresas para o "robustecimento" do orçamento para redução do desmatamento ilegal no País. Salles, ao destacar a importância da ajuda internacional para aplicação do plano de redução do desmate em 12 meses, ressaltou que o Brasil acumulou de 2006 a 2017 créditos de 7,8 bilhões de toneladas de carbono, o que daria ao País o direito a receber US$ 133 bilhões. O ministro concedeu entrevista coletiva logo após o discurso do presidente Jair Bolsonaro na Cúpula de Líderes sobre o Clima, convocada pelo presidente americano Joe Biden, onde Bolsonaro reforçou o compromisso do País com a neutralidade climática, e voltou a pedir a ajuda de recursos internacionais para a preservação ambiental no Brasil. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.