27/Abr/2021
O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds) viu com bons olhos a fala do presidente da República, Jair Bolsonaro, na Cúpula do Clima. Houve uma mudança de tom no discurso do governo, desta vez alinhado às defesas do setor produtivo. Agradou, sobretudo, a promessa do Brasil de neutralizar a emissão de carbono até 2050. O desafio agora será transformar a meta em ação. O discurso de Bolsonaro foi considerado positivo, pois mostrou uma ambição climática alinhada com o Acordo de Paris. Quando o Brasil diz que quer a neutralidade climática até 2050, está dizendo sim à ciência e ao Acordo de Paris.
No dia 13 de abril, o Cebds divulgou uma carta assinada por mais de 30 associadas, todas empresas de porte, como Bayer, Braskem, Shell e Votorantim. No documento, elas reafirmam seus planos para contribuir efetivamente com as metas climáticas nos próximos anos. O Brasil luta contra uma reputação negativa de desmatamento ilegal, que se agravou com a entrada de Bolsonaro no governo. A visão do setor produtivo, no entanto, é que poucos países podem se beneficiar tanto do Acordo de Paris. Pelo cálculo do Cebds, até US$ 17 bilhões podem entrar na economia brasileira a partir de negócios com base na natureza nas próximas duas décadas.
Uma das alternativas é atrair recursos com serviços ambientais. Outra é se valer do regime de crédito de carbono. O País pode receber recursos do exterior, baseados nos critérios ESG (meio ambiente, segurança e governança). Cada vez mais o consumidor quer saber tudo que está sendo feito, em todos os elos da cadeia. Mas, para que isso aconteça, o governo vai precisar se articular com a sociedade e discutir as ações necessárias daqui para frente. O Cebds defende, por exemplo, o fortalecimento de instituições da área como o Ibama e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O combate ao desmatamento ilegal depende da atração de recursos e formação de parceiras. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.