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10/Mai/2021

Dólar fecha no menor patamar em quatro meses

O dólar voltou a cair na sexta-feira (07/05), fechando numa mínima em quase quatro meses e contabilizando a maior queda semanal desde dezembro, com reação a ingressos de recursos e a um contínuo movimento de desmonte de posições compradas na moeda norte-americana por perspectiva de mais alta de juros no Brasil e da permanência de estímulos globais. A cotação chegou a operar em alta logo no começo do pregão da sexta-feira (07/05), indo a uma máxima de R$ 5,29 (+0,33%), mas, em seguida, recuou e seguiu em queda até bater uma mínima de R$ 5,20. A queda drástica ocorreu logo após os Estados Unidos reportarem geração muito menor de vagas de emprego em abril, o que alimentou expectativas de que o banco central norte-americano (Fed) manterá bilhões de dólares em estímulos por ainda mais tempo, sem subir a taxa de juros.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e a secretária do Tesouro norte-americano destacaram a necessidade de mais recursos para auxiliar na retomada econômica, endossando no mercado expectativa de mais oferta de dinheiro barato. O resultado foi a forte queda do índice do dólar a mínimas em dois meses e o rali de um índice de moedas emergentes a uma máxima histórica, puxado pelo yuan chinês. Os movimentos ocorreram em linha com a baixa nos rendimentos dos Treasuries, que, contudo, se recuperaram no fim do pregão. A liquidação do dólar no exterior se estendeu para o Brasil. A moeda caiu 0,97% e fechou a R$ 5,22, menor valor desde 14 de janeiro (R$ 5,21). A semana passada foi marcada pela sinalização do Banco Central de uma política monetária mais austera e a moeda caiu 3,75%, mais forte baixa desde a semana encerrada no dia 4 de dezembro passado (-3,77%). O arbitrador vai trazer dinheiro para a renda fixa quando o Banco Central começar a subir mais consistentemente os juros. Haverá fluxo para título de dívida e emissão de empresas. Isso ainda não é uma verdade hoje, mas confirmada a sinalização poderá ser.

Com juro real de 2%, há aceleração do desmonte de posições compradas em dólar. A pressão para baixo no dólar deve continuar por mais alguma tempo. A moeda norte-americana já caiu por seis semanas consecutivas, a mais longa série desde as mesmas seis semanas de queda findas em 26 de outubro de 2018. Na atual sequência de baixas, a cotação acumula recuo de 8,94%. Os fundamentos da taxa de câmbio indicam que o Real poderá continuar em apreciação nos próximos meses. A XP Investimentos não descarta a possibilidade de a moeda norte-americana bater R$ 5,00 até o final do ano. O viés do dólar no curto prazo é de baixa. Há preocupação com a CPI da Covid, mas, sem nada catastrófico, a CPI tende a tirar o foco do Ministério da Economia, alivia o ambiente econômico e tira o foco do fiscal. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.