18/Jun/2021

O consumidor está atento a marcas e a empresas preocupadas com questões ambientais, sociais e de governança (ESG) na hora de ir às compras. Recente pesquisa da consultoria Mckinsey revelou que 85% dos brasileiros dizem que se sentem melhor comprando produtos sustentáveis. Uma enquete global mostra também que 97% dos entrevistados esperam que as marcas solucionem problemas sociais. Ao menos no momento em que são questionados, os consumidores dizem que estão buscando produtos mais sustentáveis. As pesquisas apontam que o consumidor começa a entender a necessidade de comprar produtos que tenham esse valor agregado. A preocupação de checar se a marca ou a empresa tem propósito é nítida sobretudo entre os consumidores da geração dos millennials e da geração Z na hora de ir às compras. Para essas gerações mais jovens, esse é um fator decisivo.

Essa percepção de busca de propósito na hora de levar um produto para casa também foi detectada pela Organização Cidades Sem Fome. Como exemplo foi citado os resultados obtidos em um projeto, iniciado em 2004, de horta urbana na periferia da cidade de São Paulo para produção de alimentos orgânicos. Foi possível perceber que os consumidores de outras regiões da cidade querem alimentos socialmente sustentáveis, que gerem impacto social onde atuam. Apesar do avanço da preferência do consumidor por produtos sustentáveis, há obstáculos. Um deles é o preço, que, muitas vezes, é mais elevado em relação aos similares. O preço sempre é decisivo no consumo na sociedade brasileira, marcada por grande desigualdade social.

No entanto, para parte da população mais informada, essas outras questões passam a ter um peso tão ou mais importante na escolha de um produto. Outro obstáculo diz respeito a se, em relação à sustentabilidade, as empresas realmente fazem o que dizem. Ou não se trata apenas de uma narrativa para conquistar o consumidor e vender mais. O movimento que desponta entre consumidores também ganha força entre investidores. Os investidores estão alinhados com os consumidores. O processo demorou para chegar a esse ponto, mas veio com força. Isso é o que mostra estudo com mais de 45 mil investidores em cinco países, onde 70% dos investidores explicaram que gostariam que seus investimentos estivessem alinhados com empresas que sigam os princípios ESG. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.