17/Nov/2021
Não é de hoje que o brasileiro vem elegendo o atacarejo como ponto preferencial de suas compras. Um recente movimento do Grupo Pão de Açúcar de transformar 71 lojas da bandeira de hipermercados Extra em Assaí mostrou que os varejistas já perceberam que, ainda mais em tempos de inflação alta como o atual, a economia vai ditar o comportamento do cliente. Um estudo feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) colocou na ponta do lápis a vantagem econômica do formato sobre outros tipos de lojas, como hipermercados e supermercados: em média, de acordo com o levantamento, a compra de uma cesta básica de alimentos fica 18% mais em conta nos atacarejos. Em determinados produtos, a diferença de valor chega a 33%.
A diferença de valor é considerada significativa, em todos eles, o atacarejo, também conhecido como “cash & carry”, se revelou mais barato. Esses são itens essenciais do consumo e não deveriam ter uma variação tão grande de preço se comparado aos dois modelos de negócio. O momento de desemprego e inflação ajuda a explicar a preferência pelo atacarejo. Diante da crise atual e da perda do poder aquisitivo do brasileiro, é comum ver a explosão dos atacarejos no País. Essa economia que eles proporcionam torna o negócio mais atraente para as pessoas. O atacarejo, que antes era preferido de pequenos comerciantes para fazer compras, sobretudo dono de restaurantes e lanchonetes, já virou destino dos consumidores pessoa física. Agora, não há mais obrigação de compra em grandes quantidades e é possível pagar com todos os cartões de crédito.
Além disso, todas as redes (como Atacadão, do Carrefour, e Assaí) têm ampliado o número de lojas de forma acelerada. De acordo com estudo anual da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), o modelo de atacadistas de autosserviço foi o que apresentou o maior número de novas lojas em operação durante a pandemia. Com faturamento de R$ 64,7 bilhões, o setor cresceu 24,9% em 2020. No quesito experiência de compra, no entanto, o atacarejo ainda deixa a desejar, segundo a consultoria Mixxer. O cliente sabe que em um supermercado ele tem uma série de facilidades que não existem no atacarejo. Porém, ele troca a experiência pela economia. O Assaí está de olho nessa deficiência e diz que, especialmente nas unidades que comprou do Extra Hiper, haverá uma transformação do modelo. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.