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03/Jun/2022

PIB da Agropecuária: expectativa é de alta em 2022

Segundo a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), o recuo do Produto Interno Bruto (PIB) da Agropecuária no primeiro trimestre de 2022 foi causado principalmente pela queda de 12,2% na oferta de soja e de 8,5% na do arroz. No entanto, a expectativa é de que o resultado do setor no acumulado de 2022 se recupere. A agropecuária deve crescer 1% em 2022 e 3% em 2023. O desempenho da agropecuária já deve melhorar com a entrada dos dados da 2ª safra de milho de 2022 no segundo trimestre. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou o PIB da agropecuária caiu 0,9% no primeiro trimestre de 2022 ante o quarto trimestre de 2021 e recuou 8% frente ao primeiro trimestre de 2021. A oferta de produtos este ano não tende a ser muito prejudicada pelo clima. A tendência é mais de normalidade, com um La Niña fraco.

Deve haver um esfriamento em julho que pega culturas permanentes como cana-de-açúcar e café, dependendo do estresse causado por eventuais geadas em julho, mas o preparo para o plantio em setembro está normal. A dificuldade mais temida era a de disponibilidade de fertilizantes, porém o produto tem chegado ao produtor. Os preços, porém, tendem a continuar em níveis elevados. Podemos ter alguma mudança no ciclo das commodities no ano que vem, mas não neste ano. É justamente o preço alto que incentiva o produtor a se manter mesmo com o avanço dos custos. Pelo lado da demanda, não existem contratempos. Há um esforço global de estoques e segurança alimentar. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) considera que a queda do PIB agropecuário deve passar por análise mais profunda do que a considerada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A queda de 0,9% no primeiro trimestre de 2022 em comparação com o quarto trimestre de 2021 não pode ser considerada uma base de comparação por causa da sazonalidade típica do setor agropecuário. E, mesmo que sejam comparados o primeiro trimestre de 2022 com o primeiro trimestre de 2021, quando o IBGE apontou queda de 8% no PIB agro, em 2021, o País partiu de uma base muito alta de comparação, com safra recorde, daí a queda tão acentuada de um trimestre para outro. O IBGE argumenta, nesta queda na comparação anual, que o clima adverso no início de 2022 influenciou principalmente a produção de soja, arroz e mandioca. Mas, analisando-se os dados não é principalmente por causa de adversidades climáticas. Embora no primeiro trimestre essas lavouras tenham enfrentado, sim, alguma adversidade climática, no ano passado, em igual período, o País estava colhendo uma safra recorde de soja.

Também a safra de arroz em 2021 foi historicamente muito boa". Ou seja, nossa base de comparação em 2021 é uma base alta para ser comparada com 2022, por isso a queda agora, o que não quer dizer que o primeiro trimestre de 2022 tenha sido tão desfavorável ao agro como os números apontam. Houve restrições climáticas na Região Sul do País e em Mato Grosso do Sul, o que influenciou para baixo a produção de 2022. Para a mandioca, o relatório do IBGE apontou queda de 2,7% no primeiro trimestre deste ano em comparação com igual intervalo do ano passado. Mas, neste caso, há mais fatores envolvidos do que somente restrição climática. Ao longo do ano passado, os preços pagos aos produtores de mandioca estavam em patamares historicamente muito baixos, o que desestimulou o aumento de área este ano.

Essa redução de área pesou mais sobre a geração de valor da cultura do que especificamente o clima. Em 2022 houve, queda de 22% na produção de mandioca. Ou seja, a queda não foi relacionada ao clima, mas à redução de área e aos preços. Outras culturas não mencionadas pelo IBGE também pesaram para o desempenho negativo do PIB agro, principalmente os hortifrútis. Houve queda na produção de batata inglesa (-5,5% no PIB do primeiro trimestre em comparação com o primeiro trimestre de 2021), tomate (-7,8%) e uva (-12,2%). Essas quedas expressivas também são associadas a menor área plantada. É importante o Ministério da Agricultura ampliar o financiamento a juros subsidiados no próximo Plano Safra, que se inicia oficialmente em 1º de julho, para que o produtor se sinta estimulado a aumentar esses plantios tão essenciais para o consumo doméstico e para girar a economia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.