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09/Ago/2022

Dólar fecha em queda pelo 4º pregão consecutivo

A trinca formada por alta das commodities, apetite do capital estrangeiro por ativos locais e enfraquecimento global da moeda norte-americana levou a mais um dia de forte apreciação do Real. Em baixa desde a abertura dos negócios, o dólar emendou nesta segunda-feira (08/08) o quarto pregão seguido de queda no mercado doméstico e chegou a flertar com o rompimento do piso de R$ 5,10. Após trabalhar entre R$ 5,11 e R$ 5,12, a divisa encerrou em baixa de 1,04%, cotada a R$ 5,11, o menor valor de fechamento desde 15 de junho. Com a agenda esvaziada de indicadores, o mercado ainda reverbera o resultado acima do esperado do relatório de emprego (payroll) norte-americano em julho, que mitigou temores de recessão nos Estados Unidos e ensejou recuperação dos preços de commodities. Depois de fechar com alta de 2,63% na sexta-feira (05/08), o minério de ferro subiu mais 2,78% nesta segunda-feira (08/08) em Qingdao, na China.

Investidores receberam bem dados da balança comercial chinesa em julho, com exportações acima do previsto. Os contratos futuros de petróleo subiram no mercado internacional, com o tipo Brent para setembro, referência para a Petrobras, em alta de 1,82%, a US$ 96,65 por barril. Segundo a Frente Corretora, o payroll pode abrir caminho para o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) subir mais os juros, mas ao mesmo tempo mostra que a crise não está às portas dos Estados Unidos e gera estímulo para o mercado de commodities. Isso beneficia a Bolsa brasileira e o Real. A percepção é de que uma taxa de câmbio ao redor de R$ 5,20 está mais perto do equilíbrio, dado o início da corrida eleitoral e as dúvidas que pairam sobre as contas públicas em 2023. Essa queda para perto de R$ 5,10 é um pouco exagerada pelos riscos internos. Além do ambiente mais favorável a preços de commodities, o Real é favorecido pelo apetite do estrangeiro por ações e renda fixa domésticas, em meio à percepção de que o Comitê de Política Monetária (Copom) pode ter encerado o ciclo de aperto monetário, ao elevar no dia 3 de agosto a taxa Selic em 0,50%, para 13,75% ao ano.

Nesta terça-feira (09/08) será divulgado o IPCA de julho, com grande possibilidade de apresentar de deflação, e a ata do Copom, que pode reforçar a perspectiva de que não haverá novas elevações da Selic. Segundo o Banco Ourinvest, parece que teve maior apetite ao risco que acabou trazendo fluxo para o Brasil. O diferencial de juros está sendo favorável para o País, o que contribui para a queda do dólar. Além disso, a alta nos preços das commodities acaba favorecendo países exportadores de matérias-primas, que é o caso do Brasil. A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) informou que a balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 1,236 bilhão na primeira semana de agosto de 2022. No acumulado do ano até agosto, o saldo é positivo em US$ 41,125 bilhões. No exterior, o índice DXY (referência do comportamento do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes) operou em baixa moderada ao longo do dia, na casa dos 106 mil pontos.

A moeda norte-americana caiu em bloco frente a divisas emergentes e de países exportadores de commodities, com raras exceções como a lira turca e o rublo russo. Após o payroll de julho, o mercado aguarda a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) no mês passado, na quarta-feira (10/08), para calibrar as apostas em torno do ritmo e do tamanho do ciclo de alta da taxa básica norte-americana pelo Federal Reserve. Monitoramento do CME Group mostra que as chances de elevação dos Fed Funds em 75 pontos base em setembro são majoritárias. Para o Banco Fibra, os dados do mercado de trabalho deixam claro que a economia norte-americana está em expansão, ainda que em ritmo menor do que há alguns meses. Contudo, os modelos indicam que a probabilidade de os Estados Unidos entrarem em recessão nos próximos 6 a 12 meses está em torno de 70%. O Fed poderá optar por uma política monetária mais apertada, mantendo o ritmo de 75 pontos por pelo menos uma reunião. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.