24/Ago/2022
O dólar voltou a cair ante o Real nesta terça-feira (23/08), puxado principalmente pelo arrefecimento da aversão ao risco no exterior. Com os mercados todos à espera de sinais do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sobre os próximos passos da sua política monetária, dados mais fracos da economia dos Estados Unidos divulgados nesta terça-feira (23/08) reduziram os temores de um aperto monetário mais forte, abrindo caminho para as correções. No Brasil, profissionais nas mesas de câmbio continuaram a relatar ingresso de recursos pela via financeira, tendo a bolsa como principal destino. O dólar fechou a R$ 5,09%, em queda de 1,31%. Em queda desde a abertura, a mínima do dia foi registrada no início da tarde, aos R$ 5,07 (-1,84%).
No mercado futuro, o dólar para liquidação em setembro era negociado a R$ 5,11 (-1,06%). Segundo a RPS Capital, a tônica do mercado continuou a mesma dos últimos dias, com ingressos de recursos para a bolsa, que ganhou maior impulso desde a sinalização do Banco Central de que vai parar de elevar os juros. A diferença foi a redução dos temores que se instalaram nos últimos dias acerca da política monetária norte-americana, diante de sinais de que o Fed poderia ser mais duro em sua próxima reunião, em setembro. O índice de gerentes de compras (PMI) composto dos Estados Unidos recuou de 47,7 em julho a 45,0 na preliminar de agosto, na mínima em 27 meses, segundo relatório a S&P Global. Com isso, o dado entrou mais firmemente em território de contração, abaixo de 50 nessa pesquisa.
O PMI de serviços recuou de 47,3 em julho a 44,1 na leitura preliminar do mês. Depois dos dados, cresceram nos Estados Unidos as estimativas de uma elevação de 0,50% nos juros norte-americanos, que passaram a superar as apostas em 0,75%. Na avaliação da B&T Corretora, o dólar continua a mostrar um certo descolamento do mercado internacional, mas é difícil neste momento apontar até que ponto esse comportamento pode perdurar. A moeda mostra um reflexo maior do cenário doméstico, com a combinação entre deflação, juros elevados e atratividade do mercado de ações. Somente esses dois primeiros fatores combinados já justificariam esse comportamento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.