26/Ago/2022
Economistas afirmam que os US$ 146 bilhões em medidas de estímulo que as autoridades chinesas anunciaram nesta semana para estimular a economia não devem alterar significativamente a trajetória de crescimento do país. Depois de reduzir inesperadamente duas das principais taxas de juros, o governo chinês intensificou os esforços para sustentar o crescimento. Isto em meio a uma rigorosa estratégia para conter o avanço da Covid-19, enquanto enfrenta uma profunda queda no mercado imobiliário e a seca mais severa em décadas.
O Conselho de Estado, órgão dirigente do país, aprovou na quarta-feira (24/08) planos para estender 300 bilhões de yuans, o equivalente a US$ 44 bilhões, em crédito a bancos nas províncias para apoiar projetos de infraestrutura, com os quais o governo normalmente conta como um importante motor de crescimento em crises. Também anunciou ajuda para governos locais, bem como para os setores de energia e agricultura, que foram duramente atingidos pelo calor extremo e pela falta de chuva.
O auxílio incluiu a aprovação de 200 bilhões de yuans em novas dívidas para empresas de geração de energia. No entanto, poucos analistas esperam que o pacote de estímulo, que chega a mais de 1 trilhão de yuans, ou US$ 146 bilhões, no total, seja capaz de tirar a economia do marasmo. O mercado imobiliário continua atolado em uma desaceleração de um ano, enquanto surtos frequentes de casos de Covid-19 continuam a prejudicar a confiança do consumidor, amortecendo o impacto do estímulo.
Segundo a Lang LaSalle, as autoridades chinesas reconhecem que a demanda insuficiente é um dos problemas fundamentais da economia, mas as soluções anunciadas ainda se concentram fortemente nos gastos do governo. Reiniciar o motor de crescimento, apoiando a demanda doméstica e o consumo, é uma prioridade política, mas continua sendo um desafio. Segundo o Goldman Sachs, exceto as principais medidas de flexibilização da política monetária, o crescimento geral permanecerá lento durante o resto deste ano. O banco de investimento reduziu a previsão de crescimento anual da China para 3% no início deste mês. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.