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06/Set/2022

Queda dos preços de alimentos não chega ao varejo

Segundo a FAO, a Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, os preços de alimentos no varejo vão continuar altos, sobretudo enquanto persistirem as incertezas nos mercados de energia. O Índice de Preços de Alimentos da FAO caiu 1,9% em agosto em relação ao mês anterior, mas permanece 7,9% acima do patamar de um ano atrás. O indicador recuou nos últimos cinco meses. No entanto, a melhora não se traduziu no dia a dia, e a inflação de alimentos continua forte. Observou-se uma baixa dos preços dos produtos alimentares no mercado internacional, mas não se transmitiu aos consumidores no supermercado. É o preço de varejo que os consumidores pagam, e quando eles vão ao supermercado, constatam que os preços não baixaram.

Isso ocorre porque os preços da energia, de transportes, logística e de processamento continuam elevados. Além disso, os preços das commodities são fixados no mercado internacional em dólares norte-americanos, e muitas moedas nacionais se desvalorizaram, diminuindo a capacidade de importações. Vários países com alta dependência de alimentos importados também enfrentam um enorme problema de endividamento. Eles estão cada vez mais relutantes em pedir mais dinheiro emprestado para importar alimentos. O cenário internacional é de inflação de alimentos persistente. A disponibilidade de produtos teve leve melhora, mas o acesso continua a ser uma enorme preocupação. As recentes exportações de grãos da Ucrânia foram destinadas sobretudo a países de renda média.

Os mais pobres, e mais afetados pela falta de alimentos, continuam com seus problemas. Há preocupação com o acesso aos alimentos, com a crise do custo de vida e suas implicações. As despesas das famílias com alimentos nos países de baixa renda, que ficam entre 50% e 70%, são muito elevadas, e não estão baixando. A FAO aponta outra inquietação no radar: a persistente alta dos custos de fertilizantes e outros insumos. Se as cotações continuarem no patamar atual, haverá menos utilização de adubos, o que deve reduzir a produção e, com isso, diminuir a oferta de itens alimentícios. A expectativa é de que, no próximo ano, não haja um problema de disponibilidade de alimentos. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.