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16/Set/2022

Dólar atinge maior valor desde o início de agosto

O dólar voltou a escalar no mercado doméstico na sessão desta quinta-feira (15/09) e flertou com a retomada do patamar de R$ 5,25, alinhado ao movimento externo de fortalecimento da moeda norte-americana, em especial na comparação com divisas emergentes. Dados positivos de vendas no varejo e de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos divulgados nesta quinta-feira (15/05) reforçaram a aposta em um ajuste mais intenso e amplo da política monetária norte-americana, tese que havia voltado à baila na terça-feira (13/09) com a leitura do índice de inflação ao consumidor (CPI) em agosto. Os retornos dos Treasuries subiram em bloco diante da possibilidade de que a taxa básica norte-americana supere 4% no atual ciclo de aperto, o que acabou castigando ativos de risco mundo afora. O yield da T-note de 2 anos, atrelado diretamente às expectativas para os próximos passos do Fed, subiu mais de 2% e atingiu 3,88% na máxima.

A taxa da T-note de 10 anos, principal ativo do mundo, correu até 3,468% na máxima e se aproximou de seu maior nível em mais de uma década. Monitoramento do CME Group mostra que as apostas em nova alta da taxa básica norte-americana em 75 pontos-base pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) no dia 21 de setembro seguem amplamente majoritárias (cerca de 80%). Analistas observam que o fato de o mercado passar a cogitar uma elevação de 100 pontos-base, na esteira do CPI de agosto, mostra um nível de insegurança sobre o quão enérgico o Fed terá que ser para conter a inflação. Segundo o Travelex Bank, o CPI de agosto reprecificou as expectativas para o Fed. Já se tem certeza de que virá pelo menos 75 pontos-base e há de chance de 100 pontos. O tom do Fed deve ser duro. Em alta desde a abertura dos negócios, o dólar renovou máximas à medida que o sentimento externo se deteriorava, e tocou R$ 5,24 (+1,30%) na última hora de pregão.

No fim da sessão, o dólar avançava 1,18%, a R$ 5,23, o maior nível de fechamento desde 3 de agosto. Assim, apresenta ganhos de 1,78% na semana e de 0,72% em setembro. Seguindo a comportamento usual, o Real, que tende a sofrer mais em episódios de aversão ao risco, amargou o pior desempenho entre emergentes. O avanço do 1,17% do IBC-Br em julho (na margem) não chegou a ter papel relevante na formação da taxa de câmbio, mas confirma a recuperação da atividade doméstica. O mercado de juros ainda especula se o Banco Central, que anuncia sua decisão no dia 21 de setembro, a "super quarta", vai promover uma alta adicional da taxa Selic, para 14% ao ano. Para a Travelex Bank, embora o Real tenha oscilações mais agudas em momentos de estresse no exterior, a moeda brasileira apresenta, e deve continuar a apresentar, um desempenho relativo melhor que seus pares.

Os juros reais do Brasil são altos, e o País está crescendo, além disso as reservas cambiais são grandes. Por ora, a corrida presidencial não tem influenciado o comportamento da taxa de câmbio. Termômetro do desempenho do dólar frente a divisas fortes, o índice DXY firmou-se em leve alta, com máxima aos 109,921 pontos. Não fosse a recuperação do euro, que tem peso de mais de 55% do indicador, teria superado novamente os 110,000 pontos, maior valor em 20 anos, dado o fortalecimento da moeda norte-americana frente ao iene e à libra esterlina. As cotações do petróleo voltaram a cair, em meio à possibilidade de desaceleração mais forte da economia global, com aperto monetário nos Estados Unidos e na Europa, que enfrenta uma crise energética, e dúvidas sobre o fôlego da economia chinesa. O barril tipo Brent para novembro, referência para a Petrobras, caiu 3,46%, para US$ 90,84 por barril.

Para o C6 Bank, os novos dados da economia norte-americana tornam ainda mais desafiador o trabalho do Federal Reserve. À leitura do CPI de agosto, somaram-se os dados que mostram atividade sólida e mercado de trabalho resiliente. As vendas no varejo tiveram alta mensal de 0,3% nos Estados Unidos em agosto, quando se esperava estabilidade. O número de pedidos de auxílio-desemprego teve queda de 5 mil na semana encerrada em 10 de setembro, abaixo das expectativas. Desde terça-feira (13/09), a curva de juros futura aumentou a precificação para o nível terminal da taxa básica em 40 pontos-base, atingindo cerca de 4,5% no primeiro trimestre de 2023, levando a apreciação do dólar contra a grande maioria das moedas e quedas expressivas das bolsas. Além da decisão de política monetária, haverá divulgação das projeções dos integrantes do Fed para taxa de juros, PIB, inflação e desemprego. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.