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21/Set/2022

Brasil: rápido retorno da atividade e o papel do BC

Após um prolongado período de baixo investimento que levou à estagnação do estoque de ativos de produção do País, como máquinas, equipamentos e infraestrutura, a economia voltou a encontrar o seu potencial apenas dois anos depois de começar a se reerguer do impacto da pandemia. Para o Bradesco, os números da inflação mostram alguma coisa desencaixada e são, por si, um indício de que a economia funciona acima do potencial. O tema está no foco do Banco Central (BC), que voltou a pedir estimativas sobre o hiato do produto (a diferença do PIB efetivo com seu potencial) no questionário encaminhado a economistas do mercado financeiro antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Mesmo após declarações da direção do Banco Central que levantaram o risco de um ajuste residual, que levaria a taxa para 14% ao ano, a revelação de dados mostrando uma economia mais aquecida do que se imaginava não alterou a avaliação no mercado de que, com a Selic em 13,75%, o ciclo de alta dos juros chegou ao fim. A expectativa é de que o aperto nos juros, cujos efeitos, espera-se, serão finalmente sentidos neste segundo semestre, irá esfriar a atividade. Caso isso se confirme, a economia volta a crescer em 2023 abaixo de seu potencial, algo estimado entre 1,5% e 2%, tirando, assim, a pressão sobre os preços. Porém, como a atividade não para de surpreender, muitos economistas entendem que a reunião do Copom desta semana deve terminar com uma mensagem de "interrupção hawkish" do ciclo.

Isto é, o Banco Central não volta a subir os juros, porém reforça a sinalização de que a taxa seguirá nos patamares atuais por mais tempo, desautorizando o otimismo de quem ainda acredita em queda dos juros no primeiro trimestre do ano que vem. Cada vez menos economistas enxergam espaço para o BC cortar a Selic antes de junho. O Banco Fibra, trabalha com a perspectiva de manutenção dos juros durante todo o ano que vem. A aposta se baseia na pressão exercida pela demanda, muito aquecida como reflexo da expansão dos programas sociais, sobre os preços livres, aqueles que não são controlados pelo governo. Não há certeza se o próximo movimento do Banco Central será cortar os juros. Parece ser muito prematuro dizer isso.

A possibilidade de um aumento de juros em 2023 não pode ser considerada desprezível. Alguns economistas observam que, com a maior estabilidade do câmbio, o salto nos preços das commodities e a disponibilidade de recursos no mercado de capitais, as condições financeiras mostram-se atualmente menos apertadas do que seis meses atrás, mesmo com os juros elevados. Para o Citi Brasil, os juros só devem começar a cair no terceiro trimestre de 2023. O Banco Central deve rever para cima a projeção de crescimento ao PIB deste ano, atualmente em 1,7%, sugerindo que suas projeções de inflação passam a considerar um hiato do produto mais apertado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.