22/Set/2022
Segundo afirmam executivos de empresas como Bayer, Corteva, Archer Daniels Midland (ADM) e Bunge, a colheita de grãos mais fraca dos Estados Unidos este ano atrasa os esforços para aliviar a crise no suprimento global de alimentos, limitado pela guerra entre Rússia e Ucrânia. A oferta mundial de grãos continua apertada, de forma que seriam necessários pelo menos mais dois anos de colheitas boas nas Américas do Norte e do Sul para aliviar o cenário atual. As condições de seca persistente nos Estados Unidos e em países agrícolas da América do Sul, junto com a incerteza sobre a produção da Ucrânia, estão tornando a situação ainda mais complicada.
A renovação do acordo do corredor de exportação de grãos no Mar Negro até o fim de novembro é crucial para aliviar a pressão sobre os estoques globais de alimentos. Para a Bunge, é preciso tirar esses suprimentos desta região. Não apenas pela segurança alimentar global, mas pela qualidade e pela liberação de armazenamento para a próxima safra. A ADM afirmou que, entre março e agosto, a Ucrânia exportou cerca de 40% dos grãos que normalmente enviaria naquele período específico. Sob o acordo de grãos do Mar Negro, o país embarcou cerca de 60% do que fez nos últimos anos.
Para setembro, é esperada uma melhora entre 80% e 90%. Somado ao cenário de guerra na Europa, as altas temperaturas no verão dos Estados Unidos exacerbaram as condições de seca no Oeste e nas Grandes Planícies do país. O calor intenso em estados como Kansas, Nebraska e Oklahoma se instalou quando as plantações de milho estavam polinizando em muitas partes do Cinturão de Grãos, quando as plantas precisam de mais água. Algumas culturas de milho também foram plantadas após uma primavera úmida no Hemisfério Norte, causando perda de rendimento.
Segundo a Corteva, espera-se que a colheita de milho deste ano fique abaixo dos rendimentos normais mais recentes na América do Norte e na Europa, impedindo que 2022 seja um ano de reabastecimento de suprimentos em todo o mundo. Em um relatório deste mês, sobre segurança alimentar global em 77 países de renda baixa e média, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou o número de pessoas em estado de insegurança alimentar em 1,3 bilhão, um aumento de cerca de 10% em relação à estimativa de 2021. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.