30/Set/2022
O Banco Central (BC) repetiu no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) as estimativas de inflação para anos de 2022 a 2024 no cenário de referência, divulgadas no comunicado e na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês. A projeção para o IPCA deste ano é de 5,8% para este ano, enquanto em 2023 é de 4,6% e, em 2024, de 2,8%. O cenário de referência utiliza juros conforme o Relatório de Mercado Focus e o câmbio atualizado de acordo com a Paridade do Poder de Compra (PPC). Além disso, considera que o preço do barril de petróleo deve seguir aproximadamente a curva futura nos próximos seis meses, subindo 2% ao ano na sequência. Para a bandeira tarifária de energia, a hipótese considerada é verde no fim deste ano e amarela no final de 2023 e 2024. A estimativa para 2022 encontra-se acima da margem de tolerância da meta (3,50%, com 1,50%), enquanto, para 2023, está próxima do teto (4,75%).
Para 2024, a meta é de 3,00%, com margem de 1,5% (taxa de 1,75% a 4,75%). No Boletim Focus, as medianas do Boletim Focus estavam em torno de 5,88% para 2022, 5,01% para 2023 e 3,50% para 2024. O Banco Central elevou sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, de 1,7% para 2,7%. A surpresa no crescimento do segundo trimestre, os resultados iniciais do terceiro e estímulos não contemplados no RI anterior, notadamente o aumento do valor do benefício do Auxílio Brasil e o arrefecimento da inflação, resultante, em grande medida, da redução de tributos sobre combustíveis, energia e serviços de comunicação - são os principais fatores para a revisão. Esses mesmos fatores indicam nova expansão do PIB no terceiro trimestre, mas em magnitude menor do que a observada nos últimos três trimestres.
Pelo lado da oferta, o Banco Central alterou a estimativa para a expansão da agropecuária de avanço de 2,2% para zero, enquanto a revisão para a indústria foi de alta de 1,2% para 2,4%. No caso dos serviços, a previsão de crescimento passou de 2,1% para 3,4%. Em relação aos componentes da demanda, o RTI informou alteração de 1,7% para 3,9% na expectativa de crescimento do consumo das famílias e de 1,8% para 0,7% previsão de alta do consumo do governo. O documento indica ainda que a projeção para 2022 da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), indicador que mede o volume de investimento produtivo na economia, passou de queda de 2,7% para retração de 0,4%. Todas as estimativas anteriores constavam do RTI divulgado em junho. Após quatro trimestres de variações negativas ou próximas à estabilidade, a FBCF apresentou crescimento elevado, maior do que o previsto, no segundo trimestre. Esta recuperação repercutiu altas na produção e na importação de bens de capital, após recuos no primeiro trimestre, e desempenho favorável na construção civil.
No RTI, o Banco Central também divulgou pela primeira vez suas projeções para o PIB do ano que vem. A expectativa é de crescimento de 1,0%, com arrefecimento na demanda interna e nos componentes mais cíclicos da oferta, sob influência da esperada desaceleração global e dos impactos cumulativos da política monetária doméstica. Pelo lado da oferta, a previsão de expansão é de 7,5% da agropecuária; enquanto, para a indústria, a projeção é de avanço de 0,4%. No caso dos serviços, a autoridade monetária estima crescimento de 0,6%. Entre os componentes da demanda, o Banco Central projeta alta de 0,7% para o consumo das famílias e aumento de 1,00% no consumo do governo. A FBCF deve cair 0,5% nas contas da autarquia. No Boletim Focus, a mediana é de crescimento de 2,67% para o PIB deste ano e de 0,50% no próximo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.