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17/Out/2022

Dólar fecha em alta com a aversão externa ao risco

O mercado doméstico de câmbio foi impactado na sexta-feira (14/10) pelo sentimento externo de aversão ao risco. Piora das expectativas de inflação norte-americana, na esteira de leitura ruim do índice de preços ao consumidor (CPI), e declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) reforçaram a expectativa de aperto monetário mais forte e duradouro nos Estados Unidos. Com aumento de temores de uma recessão global, dada a fraqueza da economia europeia e a escalada da guerra na Ucrânia, os investidores abandonaram bolsas e commodities para buscar abrigo no dólar, que subiu em relação a moedas fortes e emergentes. Afora uma baixa momentânea na primeira hora de negócios, atribuída a fluxo pontual de recursos, o dólar trabalhou em alta durante toda a sessão de sexta-feira (14/10). Vencido teto de R$ 5,30, a divisa acelerou os ganhos, em sintonia com o exterior, e correu até a máxima de R$ 5,33 (+1,11%).

No fim da sessão, o dólar subia 0,94%, cotado a R$ 5,32, encerrando a semana passada com ganhos de 2,11%. Em outubro, a moeda ainda acumula perdas de 1,33%, em razão da baixa de 3,38% na primeira semana do mês, quando houve o rali dos ativos domésticos com o resultado do primeiro turno das eleições. Após a leitura do CPI de setembro nos Estados Unidos acima do esperado, tanto do índice cheio quanto do núcleo, o mercado teve de digerir uma deterioração das expectativas de inflação revelada por pesquisa preliminar da Universidade de Michigan. Houve aumento da estimativa para inflação em 1 ano (de 4,7% em setembro para 5,1% na prévia de outubro). Para o horizonte de 5 anos, a expectativa subiu de 2,7% para 2,9%. Segundo a B.Side Investimentos, o mercado não tem como ignorar a alta das expectativas de inflação. No horizonte de 5 anos, ainda está acima da meta (2%). O Fed não vai conseguir desacelerar o ritmo de alta e nem encerrar tão cedo o ciclo de aperto. E, quando terminar, vai ter que manter os juros altos por um bom tempo.

Não havia justificativa plausível para o bom humor dos mercados na quinta-feira (13/10) com a leitura do CPI. Alguns analistas afirmaram que o número indicava que a inflação tinha feito pico e iria desacelerar para explicar a alta das bolsas em Nova York. Mas, não havia nada para comemorar. À deterioração das expectativas e aos números correntes de inflação ruins nos Estados Unidos somam-se reiterados sinais de dirigentes do Fed sobre a necessidade de perseverar no aperto monetário e falas pessimistas que emergem da reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI). A diretora-geral do fundo, Kristalina Georgieva, alertou que aumenta o risco de recessão global ao dizer que o mundo está mais frágil e entrando em uma "zona perigosa". Toda a Europa deve experimentar um período de desaceleração do crescimento, com Alemanha e Itália enfrentando um período recessivo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.