07/Nov/2022
Segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o governo Lula sinaliza que terá uma política agrícola focada nos pequenos produtores e na agricultura familiar. As compras governamentais de produtos agrícolas dos pequenos produtores também devem vir como pauta forte do novo governo, o que é uma pauta importante para dar ganho de escala ao pequeno produtor. O novo governo não deve implantar uma política de taxação de exportações agrícolas, como se ventilou durante a campanha presidencial. O presidente eleito Lula também tem falado de pautas importantes para o setor, como clima e ampliação da abertura de mercados internacionais.
A possível descentralização das agendas do agronegócio em vários ministérios (a criação de novos ministérios e pastas é uma proposta do governo Lula) preocupa o setor produtivo. Há indícios fortes do retorno de algumas pastas. A descentralização como ponto de atenção; a possibilidade da criação de novos ministérios pode trazer dificuldade de assimilar a agenda do setor agrícola. No primeiro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), havia o Ministério da Agricultura, o da Pesca e o do Desenvolvimento Agrário. A unificação da pauta agrícola no Ministério da Agricultura foi fundamental para obter avanços com uma comunicação mais efetiva e alinhamento de discurso. Para o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), uma eventual fragmentação da política agrícola em mais de um ministério no governo Lula não tem lógica. A agenda da agricultura fica melhor em instância única e centralizada.
A visão é compartilhada pelo Insper Agro Global. A unificação da pauta agrícola deve ser o caminho. No mandato anterior de Lula, Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, inclusive, tinham visões antagônicas. O consultor e ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura no governo Lula, Ivan Wekedin, defendeu “uma agricultura” no Brasil. Jardim também comentou sobre o eventual papel do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra no novo governo. O MST e outros movimentos não voltam com força em governo Lula. O movimento diminuiu seu grau de penetração e crescimento. No governo Lula, o MST deve buscar via de mais diálogo. Imagino que se preparariam para fazer mais invasões se Bolsonaro tivesse vencido. Com Lula vencedor, MST tende a buscar via de mais diálogo que recrudescimento de ações. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.