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22/Nov/2022

Dólar recua com desidratação da PEC da Transição

A perspectiva cada vez mais forte de desidratação da PEC da Transição e acenos do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva à agenda de responsabilidade fiscal levaram o dólar a recuar na sessão desta segunda-feira (21/11), na contramão da onda de fortalecimento da moeda norte-americana no exterior. Investidores deram continuidade ao movimento de ajustes e realização de lucros iniciado na sexta-feira (18/11), aparando excessos cometidos nos pregões anteriores em meio à "reprecificação" da taxa de câmbio à percepção de aumento de risco fiscal. Tirando uma alta pontual e bem limitada na abertura, a moeda trabalhou em baixa ao longo de toda a sessão, furando o piso de R$ 5,30, quando registrou mínima a R$ 5,29. A divisa chegou a ensaiar zerar a queda, tocando o patamar de R$ 5,36, com o Ibovespa nas mínimas do dia. Mas, a virada da Bolsa para campo positivo ao longo da segunda etapa de negócios, na esteira da diminuição das perdas do petróleo, jogou a moeda mais para baixo novamente. O dólar encerrou R$ 5,31, em queda de 1,19%, o que reduz a valorização acumulada em novembro para 2,80%.

Segundo a JF Trust, o dólar esteve descolado da alta externa em função da possibilidade de a PEC ser 'menos pior' do que se imaginava. Mas, é um ajuste pontual, e não uma tendência. Os ativos domésticos apresentam uma deterioração relevante em novembro. O dólar passou a oscilar entre R$ 5,30 e R$ 5,40, a Bolsa está rateando e a curva de juros não prevê mais corte da Selic neste ano. O mercado ainda está cauteloso com a espera pelo tamanho da PEC e a definição do ministro da Fazenda. Surgiram propostas de mudanças e versões paralelas para a PEC da Transição, cujo texto original prevê tirar desembolsos com o Bolsa Família do teto por tempo indeterminado e gastos extrateto de R$ 198 bilhões em 2023. O senador Alessandro Vieira (PSDB-SE), por exemplo, apresentou uma proposta que limita a R$ 70 bilhões o valor que ficaria fora do teto e propõe que um novo arcabouço fiscal seja instituído, por meio de lei complementar, até 17 de junho do ano que vem. Já proposta do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) eleva em R$ 80 bilhões de forma permanente o limite do teto de gastos a partir de 2023, o que manteria a atual âncora fiscal em vigor.

Jereissati batizou o texto de "PEC da Sustentabilidade Social". Ex-ministro da Fazenda e integrante da equipe de transição na área econômica, o economista Nelson Barbosa disse que, mesmo se o governo aumentar o gasto em R$ 136 bilhões em 2023, não haverá expansão fiscal. Na opinião dele, R$ 70 bilhões é pouco para a PEC, porque o orçamento que foi enviado para 2023 tem um gasto em proporção do PIB inferior ao de 2022. No exterior, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, trabalhou em alta firme e chegou a ameaçar o teto dos 108,000 pontos, ao registrar máxima aos 107,933 pontos. A moeda americana ganhou terreno lá após dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) voltarem a falar duro, acenando com mais altas de juros para controlar a inflação. Na outra ponta, as commodities metálicas recuaram diante da notícia da primeira morte por Covid-19 na China em seis meses, o que pode levar a nova onda de lockdowns e, por tabela, abalar a demanda global. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.