08/Dez/2022
O dólar teve forte queda frente ao Real nesta quarta-feira (07/12), depois que investidores mostraram algum alívio com a redução da expansão do teto de gastos prevista na PEC da Transição, em dia de decisão de política monetária do Copom e de fraqueza da moeda norte-americana no exterior. O dólar fechou em queda de 1,23%, a R$ 5,20, patamar de encerramento mais baixo desde o dia 1º de dezembro. Em seu primeiro teste no Congresso, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva garantiu uma vitória ao ver aprovada na véspera, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a PEC da Transição prevendo uma expansão do teto de gastos em R$ 145 bilhões por dois anos para o pagamento do Bolsa Família no valor de R$ 600,00. No entanto, o resultado só foi possível após o novo governo fazer uma concessão e reduzir em R$ 30 bilhões a previsão inicial de ampliar o teto de gastos em R$ 175 bilhões.
No geral, a percepção no mercado é de que tal desenho da PEC de Transição evitou uma piora dos cenários, o que ajudou a sustentar o Real na sessão desta quarta-feira (07/12). Segundo a Toro Investimentos, a desidratação da PEC da Transição gera um certo alívio nas expectativas. Havia um cenário e o valor embutido na PEC veio abaixo do previsto e pode ser que ainda aconteçam mais desidratações no texto. Apesar do alívio pontual, restam incertezas no radar de investidores, principalmente sobre qual será o arcabouço fiscal do Brasil sob Lula e qual será o escolhido para comandar o Ministério da Fazenda. A fraqueza da divisa norte-americana no exterior colaborou para a valorização do Real. O índice que compara o dólar a seis pares fortes cedeu 0,4%.
Entre os fatores por trás dessa queda, alguns agentes do mercado citam otimismo diante do relaxamento de restrições sanitárias na China, enquanto outros apontam a possibilidade de que temores crescentes de recessão forcem o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) a frear seu ciclo de aperto monetário. Segundo o BTG Pactual, os investidores estão atentos à reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central. A deterioração fiscal deve ganhar mais espaço nesta comunicação, mas sem alteração na taxa Selic. No entanto, há possibilidade de a autarquia deixar a porta aberta para nova alta da Selic em fevereiro de 2023, indicando piora no balanço de riscos domésticos e apresentando com maior clareza como a iminente deterioração fiscal pode impactar no ambiente macro. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.