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09/Dez/2022

2023 será desafiador para a economia brasileira

Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o próximo ano será desafiador para a economia porque, do ponto de vista cíclico, será preciso desacelerar. Esse movimento cíclico tem a ver com a combinação de aspectos específicos da crise causada pela pandemia com as políticas de estímulo fiscal ao consumo, seja por causa da Covid-19, seja por causa da campanha eleitoral, e com um cenário externo mais desfavorável em 2023. O problema é que parece haver uma grande dificuldade de entendimento sobre esse diagnóstico no Gabinete de Transição do governo federal, conforme os sinais emitidos até o momento. O maior problema dessa falta de entendimento está relacionado à inflação. A preocupação é a inflação de serviços, que é componente relacionado a demanda doméstica.

A inflação dos preços de serviços gira em torno de 8% no acumulado em 12 meses, ante os cerca de 6% no IPCA agregado. Por isso, seria importante que, a partir de 2023, a política fiscal atuasse de forma combinada com a política monetária. Ou seja, que a dinâmica de despesas do governo não estimulasse a demanda excessivamente. O mais importante para a política econômica do novo governo seria que houvesse alinhamento entre a política fiscal e a monetária. Como o Banco Central (BC) tem se mantido firme na disposição de manter os juros elevados para conter a demanda e, assim, arrefecer a inflação, há o risco de o novo governo tentar fazer a economia crescer com estímulos, mas a política monetária seguir "com o freio de mão puxado".

Dado os sinais emitidos até aqui pela equipe de transição do governo federal, o principal desafio da próxima gestão será desfazer a ideia de que estão confiando, exclusivamente, no aumento de gastos como elemento central da política econômica. De fato, o Orçamento de 2023 elaborado pelo governo Jair Bolsonaro (PL) não se sustenta e requer ajustes, inclusive com mudanças nas regras fiscais, como teto de gastos. Seria possível um processo de recomposição do orçamento mais eficiente, como a proposta de emenda à Constituição (PEC) alternativa apresentada pelo senador Tasso Jereissat (PSDB-CE). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.