ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

12/Dez/2022

Brasil: inflação fecha o mês de novembro com alta

De acordo com dados divulgados na sexta-feira (09/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou novembro com alta de 0,41%, ante um avanço de 0,59% em outubro. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 5,13%. O resultado acumulado em 12 meses foi de 5,9% até novembro, ante taxa de 6,47% até outubro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,38% em novembro, após uma elevação de 0,47% em outubro. Com o resultado, o índice acumulou alta de 5,21% no ano. A taxa em 12 meses mostrou alta de 5,97%, ante taxa de 6,46% até outubro. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários-mínimos e chefiadas por assalariados. Os preços de Alimentação e bebidas aumentaram 0,53% em novembro, após alta de 0,72% em outubro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,12% para o IPCA, que subiu 0,41% no mês.

Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve alta de 0,58% em novembro, após ter avançado 0,8% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,39%, ante alta de 0,49% em outubro. Os preços dos alimentos que estão subindo são pressionados por restrição de oferta. O grupo Alimentação e bebidas saiu de um aumento de 0,72% em outubro para uma elevação de 0,53% em novembro. As maiores altas ocorreram na cebola (23,02%) e no tomate (15,71%), que já tinham subido em outubro (9,31% e 17,63%, respectivamente). Também houve aumentos nos preços das frutas (2,91%) e do arroz (1,46%). Cebola e tomate é restrição de oferta, algumas frutas também. O destaque no lado das quedas foi o leite longa vida, que diminuiu 7,09%. No ano, a variação acumulada do produto, que chegou a 77,84% em julho, chegou a novembro em 31,20%. Houve recuo também nos preços do frango em pedaços (-1,75%) e do queijo (-1,38%).

Os preços de combustíveis tiveram alta de 3,29% em novembro, após recuo de 1,27% no mês anterior. A gasolina subiu 2,99%, após ter registrado queda de 1,56% em outubro, enquanto o etanol avançou 7,57% nesta leitura, após alta de 1,34% na última. A gasolina foi o item de maior pressão sobre a inflação oficial no País em novembro. A alta da gasolina foi puxada por um aumento no etanol, que subiu 7,57% em novembro. A gasolina subiu porque o preço do etanol subiu bastante também. O etanol foi bastante afetado pelo período de entressafra da cana-de-açúcar. Não só isso: como o preço do açúcar está elevado, o produtor tem preferido produzir mais açúcar que etanol. Com gasolina e etanol mais caros, os combustíveis subiram 3,29% em novembro, após terem recuado 1,27% em outubro. O óleo diesel aumentou 0,11%, enquanto o gás veicular teve queda de 1,77%. A gasolina tem queda acumulada no ano de 25% nos preços.

Além dos combustíveis, destacaram-se as altas de emplacamento e licença (1,72%), automóvel novo (0,50%) e seguro voluntário de veículo (0,97%), que contribuíram conjuntamente com 0,07% para a inflação. Na direção oposta, os preços das passagens aéreas recuaram 9,80%, após as altas de 8,22% em setembro e 27,38% em outubro. As passagens aéreas ainda acumulam uma alta de 22,44% no ano. A alta de 0,41% registrada IPCA em novembro foi a menor taxa para o mês desde 2018, quando caiu 0,21%. No mês de novembro de 2021, o IPCA tinha sido de 0,95%. A taxa em 12 meses passou de 6,47% em outubro para 5,90% em novembro. O resultado foi o mais baixo desde fevereiro de 2021, quando estava em 5,20%. Sete dos nove grupos que integram o IPC) registraram altas de preços em novembro. As famílias gastaram menos apenas com Comunicação (-0,14%, impacto de -0,01%) e Artigos de residência (-0,68%, impacto de -0,03%).

Na direção oposta, houve elevação de gastos com Alimentação e bebidas (0,53%, impacto de 0,12%), Transportes (0,83%, impacto de 0,17%), Saúde e cuidados pessoais (0,02%, impacto de 0,01%), Vestuário (1,10%, impacto de 0,05%), Despesas pessoais (0,21%, impacto de 0,02%), Educação (0,02%, impacto de 0,00%) e Habitação (0,51%, impacto de 0,08%). Os aumentos nos grupos Alimentação e Transportes responderam juntos por cerca de 71% do IPCA de novembro. No grupo Vestuário, todos os itens tiveram aumentos, exceto joias e bijuterias (-0,10%). Os destaques foram as altas em roupas femininas (1,46%) e infantis (1,34%), além dos calçados e acessórios (1,03%). Em 12 meses, o grupo acumula uma elevação de 18,65%. A desaceleração no grupo Saúde foi puxada pelos artigos de higiene pessoal, que passaram de alta de 2,28% em outubro para queda de 0,98% em novembro. Dois subitens se destacaram: perfumes (-4,87%) e artigos de maquiagem (-3,24%). A maior pressão no grupo foi a dos planos de saúde (1,20%), com 0,04% de impacto.

Todas as 16 regiões investigadas pelo IBGE registraram alta de preços em novembro. O resultado mais elevado foi observado em Brasília (DF), 1,03%, enquanto o mais brando ocorreu em Vitória (ES), 0,09%. A inflação de serviços, usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços, passou de uma elevação de 0,67% em outubro para uma alta de 0,13% em novembro. Os preços de itens monitorados pelo governo saíram de uma elevação de 0,18% em outubro para um aumento de 1,00% em novembro. No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços passou de 8,10% em outubro para 7,95% em novembro. A inflação de monitorados em 12 meses saiu de -2,78% em outubro para -4,02% em novembro. A desaceleração nos preços dos serviços em novembro foi puxada pela queda nos preços das passagens aéreas e pela alta mais branda na alimentação fora de casa. A taxa acumulada em 12 meses perde fôlego desde julho, mas ainda é muito cedo para falar em enfraquecimento da demanda.

A satisfação de uma demanda reprimida por serviços, em função do período de isolamento social na pandemia, tem contribuído para os aumentos de preços dos serviços nos últimos meses, assim como a melhora no mercado de trabalho, com aumento no número de empregados e início do crescimento real da renda. Em novembro, os itens de maior pressão no IPCA foram gasolina (0,14% de impacto), etanol (0,05%), cebola (0,05%), plano de saúde (0,04%) e emplacamento e licença (0,04%). Na direção oposta, os itens que mais ajudaram a frear a inflação foram passagem aérea (-0,07%), leite longa vida (-0,06%), higiene pessoal (-0,04%), aparelho telefônico (-0,02%) e TV e informática (-0,02%). O IPCA precisaria registrar uma deflação de 0,13% em dezembro para encerrar o ano dentro da meta de inflação. Em novembro, o IPCA teve alta de 0,41%, a menor taxa para o mês desde 2018, quando caiu 0,21%.

No mês de novembro de 2021, o IPCA tinha sido de 0,95%. Em dezembro de 2021, o IPCA teve elevação de 0,73%. A meta de inflação para este ano perseguida pelo Banco Central é de 3,5%, que tem margem de tolerância até 5%. Normalmente, o final do ano é marcado por uma demanda mais forte. Realmente costuma ter inflação mais alta no final do ano e no começo do ano e inflação mais baixa no meio do ano. Por demanda e, também, por uma questão sazonal de alimentos. O verão é período de chuvas intensas, que costumam afetar o desempenho de algumas lavouras. Como alimentação é o grupo de maior peso, acaba afetando bastante o IPCA. Para dezembro, a inflação deve captar alívios de reduções de preços de combustíveis anunciadas pela Petrobras. Gasolina, diesel e gás de cozinha ficaram mais baratos nas refinarias. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.