16/Dez/2022
O Brasil ingressou no trimestre final do ano com a economia enfraquecida, depois de haver avançado, segundo o Banco Central (BC), 1,36% no período de julho a setembro. Um recuo mensal de 0,05% em outubro foi apontado pelo Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), uma espécie de prévia mensal do Produto Interno Bruto (PIB). Em setembro os negócios haviam ficado estáveis, depois de uma queda de 1,13% em agosto. Perceptível, portanto, já há alguns meses, essa perda de vigor deve ser atribuível principalmente à política anti-inflacionária baseada na alta de juros e no arrocho do crédito. Em sua última reunião deste ano, realizada no começo de dezembro, o Copom, Comitê de Política Monetária do BC, decidiu manter em 13,75% a taxa básica de juros e prolongar o aperto por tempo indefinido. Apesar de algum recuo, a inflação permanece elevada no Brasil e no exterior e ainda há muita incerteza sobre a evolução das contas públicas, de acordo com o Copom.
A atividade cresceu 0,44% no trimestre móvel encerrado em outubro, depois de ter aumentado 1,36% nos três meses até setembro. Também isso evidencia a perda de vigor econômico. No ano, o desempenho da economia foi 3,41% superior ao do período de janeiro a outubro de 2021. Em 12 meses o IBC-Br avançou 3,13% em relação à fase imediatamente anterior. Pela projeção do Banco Central divulgada em setembro, a economia brasileira deve crescer 2,70% em 2022. No mercado, a mediana das projeções subiu em quatro semanas de 2,77% para 3,05%, de acordo com o boletim Focus divulgado no dia 12 de dezembro. Os últimos dados do IBC-Br parecem corroborar essas expectativas. Nem as ações eleitoreiras do presidente Jair Bolsonaro parecem ter alterado de forma significativa os gastos de consumo neste bimestre final. Endividadas, pressionadas pela inflação e ainda forçadas a enfrentar condições de trabalho muito desfavoráveis, as famílias continuam sobrevivendo sem folga no orçamento. Os números do IBC-Br são apresentados sem detalhes setoriais.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram em outubro um recuo de 0,60% do setor de serviços, o componente de maior peso na formação do PIB. Mostram também um avanço de 0,30% da produção industrial, puxado por apenas 7 dos 26 segmentos pesquisados. Apesar da perda mensal de 0,3%, os serviços acumularam expansão de 8,7% no ano, em comparação com igual período de 2021, e um avanço de 9% em 12 meses. No caso da indústria, o resultado mensal positivo foi insuficiente para mudar o quadro de estagnação. O volume produzido de janeiro a outubro foi 0,80% menor que o de um ano antes. O total contabilizado em 12 meses foi 1,40% inferior ao dos 12 meses anteriores. Além disso, o último dado mostrou uma atividade industrial 2,10% abaixo do patamar de fevereiro de 2020, último mês antes do surto de Covid-19 no Brasil. A indústria já ia mal antes da pandemia, piorou, e nada se fez, no governo federal, para sua recuperação, uma tarefa deixada inteiramente, portanto, para o próximo governo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.