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09/Jan/2023

Dólar fecha a semana em baixa e devolve ganhos

O dólar caiu mais de 2% frente ao Real na sexta-feira (06/01), após dados de emprego norte-americanos em linha com o esperado e tom conciliador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua primeira reunião ministerial, o que levou a moeda norte-americana a reverter completamente os ganhos que acumulava na primeira semana do novo governo. A moeda norte-americana à vista fechou em queda de 2,17%, a R$ 5,2364 na venda, maior desvalorização percentual diária desde 31 de outubro (-2,57%) e o patamar de encerramento mais baixo desde 26 de dezembro (R$ 5,2105). Somado à queda de 1,81% do dólar na última sessão, o tombo da sexta-feira deixou a moeda norte-americana 0,79% abaixo do patamar de fechamento da semana passada, de R$ 5,2779, compensando o salto de mais de 3% registrado no acumulado dos dois primeiros dias úteis do novo governo.

Estamos vendo um desmonte parcial de posições compradas em dólar no começo do ano, e a reunião ministerial contribuiu para estender o alívio local. Em Brasília, Lula abriu o encontro com ministros afirmando que o compromisso de seu governo é unificar o país, e não acabar com as divergências, e ressaltando a importância da boa relação do Executivo com o Congresso. Ele também disse que é possível a economia crescer com responsabilidade. Seu tom aparentemente mais conciliador veio depois que vários de seus ministros apaziguaram os mercados na última semana com sinalizações de que o governo não alterará reformas estruturais e outras medidas de gestões anteriores. A reação inicial do mercado ao novo governo teria sido exagerada, em um nítido movimento de cautela, mas que não se apoiou depois.

O cenário internacional também jogou a favor do Real, depois que o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos informou que a criação de vagas fora do setor agrícola do país totalizou 223 mil no mês passado, em linha com o esperado pelos mercados e abaixo do dado de novembro. Isso mostra que o trabalho nos EUA ainda está aquecido, mas dá sinais de desaceleração, que são importantes e suficientes para que se possa repensar a alta dos juros, embora já saibamos que o ciclo contracionista seguirá por mais tempo. Em resumo, isso quer dizer que é um dado bem-vindo para o combate à inflação, e bastante animador para quem deseja ver boas condições do mercado de trabalho, apesar do enfraquecimento da atividade econômica.

Alimentando ainda mais o apetite de investidores globais por risco, a atividade de serviços dos Estados Unidos contraiu pela primeira vez em mais de dois anos e meio em dezembro, em meio ao enfraquecimento da demanda, enquanto o ritmo de aumento dos preços pagos pelas empresas diminuiu consideravelmente, oferecendo mais evidências de que a inflação está arrefecendo. Quanto mais agressivo é o Federal Reserve, o banco central dos EUA, em seu ciclo de altas de juros, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente, à medida que investidores redirecionam recursos para o mercado de renda fixa norte-americano. Mas o contrário também vale, de forma que o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes caía mais de 1% nesta tarde, abrindo espaço para a valorização de outras moedas. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.