06/Fev/2023
Para formatar uma política pública que favoreça os produtores mais comprometidos com a sustentabilidade, o Ministério da Agricultura realizou uma série de agendas com representantes dos setores de carbono, bioinsumos, tecnologia financeira (fintechs) e agro digital. Os encontros aconteceram na sede da Superintendência Federal de Agricultura (SFA) em São Paulo. O financiamento diferenciado, levando em conta critérios como sequestro de carbono, uso de bioinsumos e práticas sociais em prol dos trabalhadores é uma das prioridades no projeto que está sendo desenvolvido pelo ministro Carlos Fávaro. Com a proposta de captar as ideias do próprio mercado para que o plano proposto seja o mais eficiente possível, dezenas de empresários dos setores ouvidos apresentaram sugestões para viabilizar essa estratégia e os principais gargalos para que um mecanismo simplificado seja adotado.
Uma das empresas presentes, a fintech Campo Capital, de Patrocínio (MG), já financia produtores de café da região com taxas diferenciadas e exemplificou como funciona. Na primeira categoria, estão os chamados produtores responsáveis, que cumprem a legislação brasileira, como a reserva legal de 20% da área. Já a categoria verde oferece vantagens aos produtores que possuem alguma certificação auditável. A terceira categoria, chamada de sustentável, promove descontos para os cafeicultores que pretendem utilizar o financiamento para a adoção de novas práticas, como a instalação de biofábricas, energia fotovoltaica, entre outros. A fintech planeja implementar descontos adicionais para produtores que pratiquem a agricultura regenerativa. Segundo o governo, as certificações que vão garantir as práticas sustentáveis precisam ser simplificadas e auditáveis.
O Ministério da Agricultura busca uma forma de chancelar algumas práticas para tornar o processo mais célere. Protocolos simples, atestados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), por exemplo, poderiam servir de indicador para essa política. As fintechs ainda informaram que o volume de recursos para crédito, neste momento, seria mais relevante que as taxas variáveis de juros. Com recursos disponíveis, o mercado iria se autorregular e a competitividade entre empresas forçaria uma baixa nas taxas de juros. O Brasil tem hoje 1.289 fintechs, com 100 milhões de clientes e que geram 100 mil empregos formais e movimentam R$ 50 bilhões em investimento direto. Metade dessas empresas são associadas à ABFintechs (Associação Brasileira de Fintechs), que esteve na reunião e apresentou os dados. Fonte: Ministério da Agricultura. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.