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10/Fev/2023

Roraima: retirada de garimpeiros da terra Yanomami

O governo federal deu início às ações de repreensão ao crime e de retirada dos garimpeiros da terra indígena Yanomami, em Roraima. Entre a segunda-feira (06/02) e o início da noite de terça-feira (07/02), foram destruídos um helicóptero, um avião, um trator de esteira e estruturas de apoio logístico ao garimpo. Foram apreendidos ainda duas armas e três barcos, com cerca de 5 mil litros de combustível. A ação foi liderada por agentes do Ibama, com apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Força Nacional de Segurança Pública. Ibama e Força Nacional instalaram uma base de controle no rio Uraricoera, principal rota fluvial da região, para impedir o fluxo de suprimentos para os garimpos. Além de gasolina e diesel, os barcos apreendidos carregavam cerca de uma tonelada de alimentos, freezers, geradores e antenas de internet. Todos os suprimentos serão usados para abastecer a base de controle.

Nenhuma embarcação com carregamento de combustível e equipamentos será autorizada a seguir daquele ponto de bloqueio em direção aos garimpos. A instalação de bases de controle será estendida para outras áreas da terra indígena. A estrutura logística é fornecida pela Funai, com o apoio dos próprios indígenas nesta fase da operação. A ação aérea é realizada pelo Grupo Especializado de Fiscalização (GEF) do Ibama, que monitora pistas clandestinas na região. Sobrevoos para identificar e destruir a infraestrutura do garimpo, como aviões, helicópteros, motores e instalações, serão mantidos. O trator destruído era usado na abertura de “ramais” na mata. O Ibama também fiscaliza distribuidoras e revendedoras responsáveis pelo comércio irregular de combustível de aviação que abastece os garimpos.

O objetivo da operação é inviabilizar linhas de suprimento e rotas que abastecem e escoam a produção do garimpo, além de garantir a permanência das equipes de fiscalização por prazo indeterminado. As ações foram acompanhadas pela Procuradoria Nacional de Defesa do Clima e do Meio Ambiente, da Advocacia-Geral da União (AGU). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que foram identificadas 75 pistas clandestinas próximas do território Yanomami. A região possui uma profusão de rotas aéreas clandestinas, com atividade dentro e fora do território nacional, mantida pelo crime organizado para extrair ouro e cassiterita. Desde a semana passada, a Força Aérea Brasileira (FAB) aumentou o controle do espaço aéreo regional para neutralizar o tráfego de aeronaves da mineração ilegal, um trabalho de estrangulamento logístico do crime que reúne cerca de 25 mil garimpeiros na floresta. São 840 pistas clandestinas, só perto das terras Yanomami são 75.

Na segunda-feira (06/06), a FAB anunciou a abertura parcial do espaço aéreo nas terras Yanomami, com a criação de três corredores de voo para a saída de garimpeiros. Os mineradores, que têm pedido ajuda às autoridades para sair do território, terão uma semana para aproveitar a alternativa oferecida pela FAB, uma vez que os corredores vão ficar ativados até segunda-feira (13/02). O governo estima que 15 mil garimpeiros ilegais estejam na região, mas que muitos já começaram a sair por conta própria antes do início de uma operação policial, programada para apreender e destruir equipamentos e pistas clandestinas, e efetuar prisões em flagrante. A expectativa é de que 80% dos garimpeiros saiam da área nesta semana. Nos últimos dias, mineradores gravaram vídeos pedindo socorro às autoridades e ajuda para conseguirem sair da região. Eles relatam dificuldades para deixar a área e que pessoas estão ilhadas no local. Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.