03/Mar/2023
Segundo a MB Agro, a retração de 0,2% registrada pelo Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre de 2022 indica a perda de fôlego da atividade econômica, que deve continuar em 2023. Uma série de fatores explicam a desaceleração da atividade, entre elas, taxa de juros elevada, cenário internacional de alta de juros e desaceleração de crescimento, commodities em baixa, especialmente petróleo e mineração e fim dos efeitos fiscais da tentativa de reeleição do ex-presidente Bolsonaro. Para 2023, a política monetária deve continuar impactando a economia. Com os ruídos criados pelo próprio governo, o Banco Central deu sinais de que terá que atrasar a queda de juros pela alta das expectativas de inflação para os próximos anos e a falta de uma consolidação fiscal concreta. Outro fator que deve contribuir para o quadro de enfraquecimento da atividade é a associação do crescimento menor global com a dissipação dos efeitos de retomada econômica pós-pandemia. Para o primeiro trimestre de 2023, a expectativa é de um crescimento de 0,2%.
Os números possam sofrer revisão para baixo, dado o risco de crédito e o efeito dos juros e o impacto da queda do emprego. A MB Agro espera crescimento de 1,0% para a economia em 2023, com predominância do setor agropecuário, que deve crescer 7,2% no ano. Em contrapartida, a indústria deve retrair 0,6%, enquanto Serviços devem crescer 1,3%. O efeito da política monetária e do cenário do mercado de crédito, com varejistas em dificuldade e inadimplência de pessoas físicas em alta, devem ter impacto na demanda doméstica. Essa demanda tem desacelerado com força desde 2021 e deve zerar esse ano, com o crescimento da economia advindo quase integralmente das exportações líquidas. A curva de inflexão da demanda doméstica é semelhante à de outros momentos no passado, mas esses cenários demandaram respostas efetivas do governo. A desaceleração atual tem muito mais componentes domésticos do que externos e a leitura de como o governo reagirá a essa queda será essencial para os próximos anos. É de importância extrema uma política econômica de qualidade, com foco no fiscal este ano. Caso contrário, a desaceleração que começou a acontecer pode se estender para além de 2023.
Após a divulgação da retração de 0,2% no PIB no último trimestre do ano passado e da desaceleração do ritmo de crescimento da economia de 5,0% em 2021 para 2,9% em 2022, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o resultado mais fraco sugere arrefecimento da atividade para este ano. A razão evidente é que houve uma reação do Banco Central às atitudes do governo anterior no período eleitoral, que ensejou o aumento da taxa de juros e que explica essa desaceleração. O governo busca agora reverter esse quadro, para que o Brasil possa retomar uma curva ascendente de crescimento do PIB. O País está em uma curva descendente agora. O governo não trabalha com perspectiva de recessão, mas a manutenção da Selic em 13,75% ao ano enseja uma desaceleração da economia. As medidas que estão sendo tomadas pelo governo vêm justamente ao encontro do desejo do Banco Central em reduzir as taxas de juros para que a economia não sofra os efeitos da política monetária. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.