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03/Mar/2023

Estimativas para o PIB da Agropecuária em 2023

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária deve crescer de 8,0% a 8,5% este ano em relação ao ano passado. O número é preliminar, já que a entidade ainda revisará suas estimativas após a divulgação dos resultados de 2022 desta quinta-feira (02/03). Inicialmente, a CNA previa de estabilidade a avanço de 2,5% no resultado anual do setor, projeção que foi elevada para crescimento de 9% em fevereiro. A revisão na estimativa deverá ocorrer em virtude dos dados de 2022 e das perdas já verificadas na safra de verão no Rio Grande do Sul. A previsão é de que haja alteração marginal na estimativa anterior de alta de 9%. O viés é baixista, mesmo que seja marginal, em virtude da retração anual de 1,7% em 2022 e dos prejuízos na safra de verão (1ª safra 2022/2023) do Rio Grande do Sul, pela terceira temporada consecutiva.

Apesar das perdas localizadas na safra de verão (1ª safra 2022/2023) do Rio Grande do Sul, a produção de soja deverá ser o grande fator que puxará o crescimento do PIB da agropecuária este ano. Isso deve-se principalmente à quebra na produção de soja no ano passado, já que a oleaginosa responde por 50% da produção nacional de grãos. O desenvolvimento da safra 2022/2023 está sendo acompanhado e é considerado muito bom, apresentando recuperação ante a temporada anterior, à exceção do Rio Grande do Sul. Ainda assim, a colheita será muito positiva e deve impulsionar o resultado do PIB da agropecuária em 2023. Outro fator que pode influenciar na revisão da estimativa, é o comportamento do clima nas próximas semanas que se refletirá na finalização da colheita das culturas de verão e no plantio do milho 2ª safra de 2023. A recuperação no PIB da agropecuária deve começar a ser observada já no primeiro trimestre deste ano.

Em 2022, os prejuízos se estenderam do Rio Grande do Sul para Paraná e Mato Grosso do Sul, enquanto neste ano há efeitos negativos somente na safra do Rio Grande do Sul. Em 2022, a agropecuária apresentou retração de 1,7% em relação ao ano anterior. Além das intempéries climáticas que afetaram expressivamente a produção de grãos em 2022, principalmente a de soja, há efeito negativo da base comparativa elevada de 2021. A safra de soja recuou 11% em 2022 ante 2021, além de outras culturas, como arroz, cacau, mandioca e uva, que foram prejudicadas pelo clima desfavorável no ano passado. Mas, fora isso, a safra de 2021 foi muito boa, inclusive com crescimento de mais de 11% na colheita de soja, o que deixou uma base comparativa muito elevada e ajuda a explicar a retração de 1,7%. Se fosse somente a questão climática, o resultado não teria sido tão ruim. Sobre a queda de 2,9% no desempenho da agropecuária no quarto trimestre de 2022 em relação a igual período do ano anterior, a CNA atribui a redução ao trimestre sazonalmente mais fraco e a prejuízos em culturas, como mandioca e batata, que são representativas na produção no último período do ano.

A produção de trigo, que cresceu 22% em 2022, ajudou a compensar parcialmente as perdas do setor no trimestre. Com o crescimento do PIB da agropecuária previsto para o ano, o setor deve representar cerca de 7,6% do PIB nacional do País ao fim do ano ante 6,8% reportados em 2022. Com a previsão de crescimento de 8% a 8,5% no desempenho da agropecuária e com o PIB do Brasil crescendo 1% em 2023, espera-se que a atividade agropecuária ganhe participação no PIB nacional neste ano. Para o PIB do País ao fim de 2023, a CNA ainda deve revisar para baixo sua previsão atual de alta de 1%. O viés é baixista com alto nível de trabalho informal, massa de consumo menor com inflação corroendo o poder de compra do trabalhador, apetite dos empresários cauteloso e questões internacionais, como a manutenção da taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que tem efeito contracionista na economia mundial e na brasileira. De acordo com dados da CNA, na última década a participação da agropecuária no PIB nacional aumentou 51%, passando da fatia de 4,5% ao fim de 2013 para 6,8% ao fim de 2022.

Mesmo que a participação do setor seja pequena na comparação com o peso de outros setores no PIB, a agropecuária vem ganhando participação nos últimos dez anos, enquanto a indústria se manteve em patamar de 20% e o setor de serviços permaneceu na ordem de 60% do PIB. Se olhar a série histórica do período pandêmico (os últimos três anos), a agropecuária avançou enquanto os setores de serviço e indústria retraíram. A partir de 2024, contudo, com a esperada recuperação econômica do País e dos demais setores, a participação da agropecuária no PIB deve começar a ceder. A CNA projeta preliminarmente que o setor represente 6,7% do PIB nacional ao fim de 2024 e passe a responder por cerca de 5,5% do Produto Interno Bruto do Brasil a partir de 2025, ainda acima da média histórica de 5%. O setor deve continuar crescendo, mas outros setores econômicos terão melhor resultado que o observado e ganharão participação.

A MB Agro também trabalha com perspectiva de recuperação do PIB da Agropecuária em 2023, sustentado por uma safra recorde de soja no ciclo 2022/2023. Em 2022, o PIB do setor caiu 1,7% ante 2021, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (02/03) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A MB Agro estima avanço de 7% a 8% neste ano do PIB agro. O que vai puxar o PIB da Agropecuária em 2023 é a safra recorde de soja,. Apesar dos problemas no Rio Grande do Sul, há produtividades muito boas no resto do País. A grande dúvida é em relação à 2ª safra de 2023, que está sendo plantada agora. No ano passado, a 2ª safra de milho 2022) foi muito bem, mas agora há problemas como atraso no plantio e outras questões. A queda do PIB da Agropecuária em 2022 era esperada. A safra de soja, maior contribuinte do PIB da Agropecuária, quebrou no ano passado, o que afetou o indicador no começo de 2022.

A expansão em outros produtos, como milho, não foi suficiente para compensar as perdas registradas com a soja. Para o primeiro trimestre de 2023, a expectativa é inversa, de aumento significativo do PIB do setor, justamente pela previsão de colher uma produção de soja maior. A oleaginosa também deve sustentar uma alta do PIB do agro no segundo trimestre. A soja tem muito peso no primeiro e no segundo trimestres e, como a safra vai crescer muito, terá efeito no PIB. A demanda doméstica por produtos agropecuários tende a ficar estável em 2023. Exceções poderão ser observadas no caso dos biocombustíveis, cujo consumo interno pode aumentar se o percentual do biodiesel (à base de óleo de soja) no diesel for elevado e com mudanças na tributação dos combustíveis, que devem favorecer o etanol. As exportações de produtos agrícolas devem continuar crescendo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.