07/Mar/2023
A China estabeleceu uma meta modesta para o crescimento econômico neste ano, de cerca de 5%, no domingo (05/03), ao iniciar a sessão anual do Congresso Nacional do Povo. O primeiro-ministro enfatizou a necessidade de estabilidade econômica e expansão do consumo, estabelecendo uma meta de criar cerca de 12 milhões de empregos urbanos este ano, acima da meta do ano passado de pelo menos 11 milhões, e alertou que os riscos permanecem no setor imobiliário. A meta de crescimento para 2023 definida em 5% pelo governo chinês ficou abaixo das estimativas do mercado, que se concentravam entre 5,5% e 6%. Essa meta ambiciosa pressupunha que a prioridade seria o crescimento. Porém, diante da definição mais conservadora, analistas avaliam que pesaram os impactos que deve ter um mercado externo mais fraco em demanda e uma possível estratégia de surpreender com os resultados.
Além disso, o crescimento de 5% não exigiria grande esforço fiscal. Em 2022, a meta para o PIB chinês foi de 5,5% e o crescimento foi de apenas 3%. Para o banco ING, essa meta mais baixa indica que o governo chinês percebe que um mercado externo enfraquecido imporia desafios às indústrias chinesas relacionadas à exportação. No geral, o governo percebe os pontos fortes e fracos enfrentados pela economia. Não é excessivamente otimista e não gasta muito para impulsionar o crescimento. Ele se concentra mais nos desafios de crescimento de longo prazo. Atingir essas metas não seria muito desafiador. A meta de novas emissões de títulos de dívida especiais do governo local ficou abaixo do esperado
A principal razão por trás dessa meta mais baixa parece óbvia, já que o déficit fiscal no ano passado foi muito alto, de 8% a 9% do PIB, do ponto de vista histórico. O governo gostaria de frear o aumento do déficit fiscal aproveitando a recuperação econômica. Para o Societe Generale, a estratégia do governo chinês com uma projeção mais baixa de crescimento econômico é a de: “mirar baixo e superar a meta”. O Relatório de Trabalho do Governo de fato define o crescimento econômico e a criação de empregos como as principais prioridades, mas não há nenhum aumento visível na flexibilização fiscal ou monetária. Os recursos fiscais deste ano serão usados para apoiar a economia real, em vez de sustentar medidas da política de “Covid zero”. Além disso, o governo central está finalmente disposto a tomar mais empréstimos. Fonte: Reuters e Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.