08/Mar/2023
Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), as quedas nos preços da passagem aérea e de alimentos desaceleraram a inflação no varejo medida pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de fevereiro. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI) saiu de uma alta de 0,80% em janeiro para uma elevação de 0,34% em fevereiro. Quatro das oito classes de despesa registraram taxas de variação mais baixas: Educação, Leitura e Recreação (de 3,28% em janeiro para -0,80% em fevereiro), Alimentação (de 0,48% para -0,03%), Transportes (de 0,92% para 0,43%) e Comunicação (de 0,73% para 0,67%). Os destaques foram os itens: cursos formais (de 7,45% para 0,00%), hortaliças e legumes (de -0,27% para -7,09%), gasolina (de 1,12% para -0,26%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (de 1,66% para 0,96%).
Na direção oposta, as taxas foram mais elevadas nos grupos Habitação (de 0,26% para 0,60%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,42% para 0,84%), Vestuário (de -0,08% para 0,36%) e Despesas Diversas (de 0,97% para 1,01%). Houve influência dos itens: aluguel residencial (de -1,08% para 2,71%), artigos de higiene e cuidado pessoal (de -0,17% para 1,35%), roupas (de -0,20% para 0,49%) e serviços bancários (de 1,26% para 1,49%). O núcleo do IPC-DI passou de alta de 0,28% em janeiro para elevação de 0,36% em fevereiro. Dos 85 itens componentes do IPC, 23 foram excluídos do cálculo do núcleo. O índice de difusão, que mede a proporção de itens com aumentos de preços, passou de 69,68% em janeiro para 60,00% em fevereiro.
Apesar dos aumentos no minério de ferro (2,63%) e na gasolina automotiva (5,66%), as quedas de preços de itens como óleo diesel (-6,66%), soja em grão (-3,06%), bovinos (-2,37%) e carne bovina (-2,44%) ajudaram na manutenção da deflação no atacado medida pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de fevereiro. O IGP-DI saiu de uma alta de 0,06% em janeiro para um aumento de 0,04% em fevereiro. Com este resultado, o índice acumulou avanço de 1,53% em 12 meses. Em fevereiro de 2022, o índice havia subido 1,50% e acumulava elevação de 15,35% em 12 meses. Apesar da queda menos intensa registrada pelo índice ao produtor (de -0,19% para -0,04%), os demais índices componentes do índice geral desaceleraram, mantendo praticamente estável a variação média do IGP.
A inflação ao consumidor (de 0,80% para 0,34%) recuou dada a desaceleração do grupo Educação, Leitura e Recreação e a inflação para a construção civil (de 0,46% para 0,05%) cedeu diante da alta menos intensa registrada para os preços dos Materiais, Equipamentos e Serviços e da Mão de Obra. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI) passou de uma redução de 0,19% em janeiro para uma queda de 0,04% em fevereiro. Na análise por estágios de processamento, o grupo Bens Finais acelerou de -0,04% em janeiro para 0,21% em fevereiro, tendo como principal responsável o item combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de -2,31% para 3,84%.
O grupo Bens Intermediários passou de -1,19% em janeiro para -0,70% em fevereiro, sob influência do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -3,98% para -3,54%. O estágio das Matérias-Primas Brutas saiu de 0,79% em janeiro para 0,44% em fevereiro. Os resultados foram mais brandos nos itens minério de ferro (7,05% para 2,63%), soja em grão (-1,53% para -3,06%) e bovinos (-1,08% para -2,37%). Em sentido oposto, houve pressão de café em grão (0,92% para 10,07%), leite in natura (0,03% para 3,07%) e cana-de-açúcar (-0,70% para 0,72%). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.