13/Mar/2023
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou fevereiro com alta de 0,84%, ante um avanço de 0,53% em janeiro. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 1,37%. O resultado acumulado em 12 meses foi de 5,60% até fevereiro, ante taxa de 5,77% até janeiro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,77% em fevereiro, após uma elevação de 0,46% em janeiro. Com o resultado, o índice acumulou alta de 1,23% no ano. A taxa em 12 meses mostrou alta de 5,47%, ante taxa de 5,71% até janeiro. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários-mínimos e chefiadas por assalariados. A alta de 0,84% registrada pelo IPCA em fevereiro foi a menor taxa para o mês desde 2020, quando subiu 0,25%. No mês de fevereiro de 2022, o IPCA tinha sido de 1,01%. A taxa em 12 meses passou de 5,77% em janeiro para 5,60% em fevereiro.
A meta de inflação para este ano perseguida pelo Banco Central é de 3,25%, que tem teto de tolerância de 4,75%. Os preços de Alimentação e bebidas aumentaram 0,16% em fevereiro, após alta de 0,59% em janeiro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,04% para o IPCA, que subiu 0,84% no mês. Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve alta de 0,04% em fevereiro, após ter avançado 0,6% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,5%, ante alta de 0,57% em janeiro. A redução no custo das carnes ao consumidor em fevereiro já pode ser efeito da suspensão temporária de exportações do produto do Brasil para a China, por conta de registro de um caso de “mal da vaca louca” em um bovino no Pará. Houve desaceleração no custo da alimentação no domicílio (de 0,60% em janeiro para 0,04% em fevereiro). Os preços das carnes recuaram 1,22%. Também houve reduções na batata-inglesa (-11,57%) e no tomate (-9,81%).
Há maior oferta de carnes no mês, não só de carne bovina, mas também frango. Mas, o País já vinha com uma oferta maior nesse mercado. Quanto aos alimentos in natura, houve aumento de oferta em decorrência de clima favorável na colheita, como o caso do tomate. Por outro lado, o leite longa vida subiu 4,62%, após seis meses consecutivos de quedas. O Brasil ainda não entrou no período de entressafra do leite. A alta do leite foi atípica nesse mês de fevereiro. A alimentação fora do domicílio subiu 0,50% em fevereiro. A refeição fora de casa aumentou 0,38%, e o lanche subiu 0,57%. Os gastos das famílias com Transportes passaram de uma elevação de 0,55% em janeiro para 0,37% em fevereiro, o equivalente a uma contribuição de 0,07% para a taxa de 0,84% do IPCA no último mês. A gasolina subiu 1,16%, único combustível com alta em fevereiro, com uma contribuição de 0,05%. Houve reduções no etanol (-1,03%), gás veicular (-2,41%) e óleo diesel (-3,25%). As passagens aéreas recuaram 9,38%.
Na direção oposta, as tarifas de ônibus urbano subiram 0,47%. As tarifas de táxi aumentaram 0,86%. O trem subiu 11,81%. O pedágio aumentou 0,83%. Oito dos nove grupos que integram o IPCA registraram altas em fevereiro. As famílias gastaram menos apenas com Vestuário, -0,24%, uma contribuição de -0,01%. No grupo Vestuário, houve quedas nas roupas masculinas (-0,58%) e femininas (-0,45%), e joias e bijuterias (-0,72%). Na direção oposta, houve elevação de gastos com Alimentação e bebidas (0,16%, impacto de 0,04%), Transportes (0,37%, impacto de 0,07%), Saúde e cuidados pessoais (1,26%, impacto de 0,16%), Despesas pessoais (0,44%, impacto de 0,04%), Educação (6,28%, impacto de 0,35%), Habitação (0,82%, impacto de 0,13%), Comunicação (0,98%, impacto de 0,05%) e Artigos de residência (0,11%, impacto de 0,01%). Todas as 16 regiões investigadas pelo IBGE registraram alta de preços em fevereiro. O resultado mais elevado foi observado em Curitiba (PR), 1,09%, enquanto o mais brando ocorreu em Rio Branco (AC), 0,44%.
A inflação de serviços, usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços, passou de uma elevação de 0,60% em janeiro para uma alta de 1,41% em fevereiro, maior resultado da série histórica iniciada em 2012 pelo IBGE. Os preços de itens monitorados pelo governo saíram de uma elevação de 0,72% em janeiro para 0,85% em fevereiro. No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços foi de 7,84% em fevereiro. A inflação de monitorados em 12 meses ficou em -2,09% em fevereiro. A alta recorde na inflação de serviços em fevereiro a está fortemente relacionada aos cursos regulares, mas também é resultado de pressão dos avanços em aluguel residencial e transporte por aplicativo, além de outros subitens que permanecem com aumentos, como pacotes turísticos. Observa-se uma queda subsequente na taxa de desocupação, que continua, aumento de rendimento real, e isso pode significar uma maior demanda pelo setor de serviços, que foi o setor mais prejudicado pela pandemia.
Embora a melhora no mercado de trabalho esteja sustentando a demanda por serviços, não há aceleração no ritmo e aumento de preços. A inflação de serviços acumulada em 12 meses teve um pico recente em julho de 2022, quando alcançou 8,87%, engatando então uma trajetória de arrefecimento, passando de 7,80% em janeiro para 7,84% em fevereiro. No mês de fevereiro de 2022, a inflação de serviços foi de 1,36%. A alta de serviços em fevereiro de 2023 tem muito mais a ver com fatores pontuais. A trajetória da inflação de serviços em 12 meses não mostra pressão maior de demanda no momento. A alta nos preços de serviços embute uma inflação de custos também. Não se pode olhar para a demanda isoladamente, é preciso olhar também a questão do custo. Apesar de estar rodando acima do IPCA, a inflação de serviços também está desacelerando. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.