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16/Mar/2023

Crise bancária e os riscos para a economia global

A quebra de dois bancos nos Estados Unidos em questão de dias e renovadas preocupações nesta quarta-feira (15/03) com o Credit Suisse na Europa ligaram o alerta para o risco de uma crise bancária mais séria na economia mundial. O temor é que os problemas bancários possam comprometer a estabilidade financeira internacional a ponto de os bancos centrais terem de rever suas estratégias de aperto monetário. Observou-se que há riscos associados à estabilidade financeira nesta última semana. Os problemas bancários recentes nos Estados Unidos devem levar a uma reflexão dos bancos centrais, sobretudo no Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que pode pausar a alta de juros. Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) pode ter de elevar menos a taxa para conter a inflação. Em meio ao começo de problemas nos bancos, os reguladores podem ter que começar a olhar mais de perto a estabilidade financeira e menos a inflação.

Para a gestora Ibiuna, o sistema financeiro começou a engasgar, e isso pode ser só o começo. O movimento pode ser comparado a um terremoto: primeiro tem um impacto e depois reverberações e novos choques. Nesse ambiente, gestores ressaltaram que cresce a discussão no mercado financeiro mundial sobre os papéis do Fed e de outros bancos centrais. O problema dos bancos centrais é que eles têm mandatos distintos: o mandato 1 é controlar a inflação e o mandato 2 é manter a estabilidade financeira. E é pelo motivo 1 que estão subindo juros, mas agora parece que está afetando o motivo 2. Provavelmente, a estabilidade financeira está falando para não subir mais a taxa de juros. E dependendo de quão grave a situação fique, será preciso reduzir os juros. Ao mesmo tempo, a inflação ainda está muito alta e não está dando mostras de que está reagindo de forma importante ao aumento dos juros. A JGP afirmou que, diferentemente de outras épocas, o Brasil está mais isolado desse problema global e, portanto, menos suscetível aos riscos de contaminação.

Os bancos brasileiros são mais resilientes e têm menos problemas. Além da vantagem micro, o País tem condições macroeconômicas que reduzem a fragilidade da economia neste momento. O Brasil ainda é uma economia muito fechada. A dívida nominal é alta, mas não assusta de imediato. Então, o Brasil parece estar bem defendido. Porém, não há otimismo com crescimento do PIB nacional, que tende a ser medíocre por conta da baixa produtividade, débil taxa de investimento e o alto "custo Brasil". Ao contrário dos bancos brasileiros, os bancos da Europa são mais frágeis, pequenos quando comparados a pares e sempre foram "maltratados" pelos governos europeus. O sistema bancário na Europa sempre foi frágil, muito concentrado e com bancos fragilizados. No atual ambiente em que os juros na zona do euro deixaram de ser negativos e estão em alta, certamente há problemas em alguns balanços de bancos europeus. Segundo o Banco Safra, os bancos europeus são menores e mais frágeis que os norte-americanos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.