28/Mar/2023
Com o cancelamento da visita de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, todos os acordos que seriam assinados pelos dois países foram adiados. As empresas de diferentes setores que participam da missão brasileira em Pequim, no entanto, estão fechando acordos comerciais com parceiros chineses. Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, os acordos privados entre brasileiros e chineses serão anunciados em seminário empresarial marcado para quarta-feira (29/03). Já os atos governamentais, que seriam firmados na visita de Estado cancelada, foram todos adiados, inclusive os de sua pasta, que tinha como um dos objetivos na China fechar um novo protocolo no comércio de carne em caso de confirmação de “vaca louca”.
Por um mês, a China interrompeu as compras de carne bovina do Brasil em função de um caso da doença no Sudeste do Pará. Hoje, se o Brasil registra um caso de “vaca louca”, mesmo quando ele é atípico, as exportações são suspensas imediatamente. A ideia é que as exportações continuem enquanto não houver a confirmação de que houve disseminação. Segundo Carlos Fávaro, quando o presidente se recuperar, o Palácio do Planalto vai aguardar resposta da China quanto à nova data da missão presidencial. Quando o governo chinês tiver agenda disponível, certamente será marcado, e a comitiva retorna à Pequim para dar sequência à assinatura de todos os acordos. Apesar dos contratempos, Fávaro considerou positivo o Ministério da Agricultura ter se antecipado à agenda presidencial, conseguindo, no dia 23 de março, a retomada das importações de carne bovina brasileira no mercado chinês, assim como a reabilitação e habilitação de frigoríficos para venda ao gigante asiático.
Conforme Fávaro, negócios entre empresas brasileiras e chinesas deverão ser anunciados porque a agenda empresarial foi mantida. Acordos importantes seriam e serão assinados, mas, por óbvio, quando for remarcada a agenda. O adiamento da missão não compromete, apenas atrasa a consolidação de entendimentos bilaterais. O ministro afirmou que a China já indicou disposição em rediscutir o protocolo que prevê o auto embargo (quando surge um caso suspeito, o envio da carne à China é embargado de imediato até a investigação ser concluída). Para Fávaro, é o momento de se revisar o acordo de 2015. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.