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14/Abr/2023

Comércio exterior e o possível uso de moedas locais

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a possibilidade do comércio exterior em moedas locais é concreta e as conversas podem avançar. Lula defendeu que os países façam comércio em suas próprias moedas, sem passar pelo dólar. Uma das tarefas que Lula pretende deixar é que os bancos multilaterais dos quais o Brasil faz parte possam servir de catalisadores desse processo de alternativa às moedas tradicionais, como euro e dólar, que respondem pela maior parte do comércio internacional. Haddad disse que se pode pensar em comércio internacional bilateral com moedas locais com muita tranquilidade e que a vantagem é “escapar da camisa de força de ter comércio fixado em moeda de um país que não faz parte da transação”.

O ministro afirmou que não acredita que a declaração de Lula vá comprometer a relação do Brasil com os Estados Unidos. As transações em dólar vão continuar acontecendo, mas em casos específicos, onde os parceiros são muitos fortes, pode-se pensar em mecanismos mais condizentes, como no caso do crescente comércio entre Brasil e China. O Brasil não é um país alinhado no sentido tradicional do termo, sempre dialogou com todos os países sem privilegiar ninguém, já se aproximou da Alemanha, dos Estados Unidos, mas nunca fechou as portas para ninguém. Haddad acrescentou que os Estados Unidos sabem que podem contar com o Brasil, que tem planos de reindustrialização tanto com investimentos norte-americanos quanto com chineses.

O Brasil não pode ter preconceito por seu tamanho contra qualquer que seja, a não ser em situações limites. Haddad ressaltou que o comércio entre países em moeda local é uma ideia acalentada há muito tempo, desde a Segunda Guerra Mundial. Em um momento como o atual, marcado pela guerra da Ucrânia e outras crises, essa discussão vem a calhar. Os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) já respondem por um Produto Interno Bruto (PIB) superior à do G7, os países mais ricos do mundo. Nesse contexto, com o crescimento do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), como é chamado oficialmente o banco dos Brics, a instituição pode ter um papel em avançar nas conversas sobre as transações em moeda local. Haddad admitiu que o assunto é complexo, mas precisa seguir, ou o comodismo vai fazer que as coisas continuem como estão. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.