18/Abr/2023

Segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o Brasil e a China avançaram nas conversas de combate às mudanças climáticas. Como resultado da visita de Luiz Inácio Lula da Silva à China, os dois países anunciaram o desenvolvimento de um satélite com tecnologia mais avançada capaz de monitorar a Amazônia mesmo com tempo encoberto e criaram uma subcomissão sobre o clima e meio ambiente na Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban). Até então não se tinha um subcomitê específico sobre meio ambiente. Houve um entendimento entre os dois países de que era necessário colocar o tema da mudança climática e da proteção do meio ambiente no mais alto nível das prioridades.

Com esse empenho, os dois países divulgaram ontem um comunicado conjunto sobre mudança climática e meio ambiente. O documento tem 14 parágrafos tratando do assunto e em seu primeiro já ressalta que "os presidentes Lula e Xi reconheceram que a mudança do clima representa um dos maiores desafios de nosso tempo". A cooperação será ampla, na preservação da floresta e na transição energética. Os dois países se comprometeram no comunicado a ampliar, aprofundar e diversificar a cooperação bilateral sobre clima. A ministra ressaltou que o Brasil tem capacidade de ser ao mesmo tempo uma potência agrícola e uma potência florestal. No combate ao desmatamento, o Brasil quer avançar em tecnologias de monitoramento e rastreabilidade. A meta do governo é chegar a um desmatamento zero até 2030.

A China tem grande experiência na área de reflorestamento, pois foi capaz de reflorestar cerca de 70 milhões de hectares. Com grande quantidade de área degradada no Brasil, é possível aproveitar a experiência chinesa, afirmou a ministra. Lula enfatizou que o meio ambiente é de fato uma política transversal e que esses dois países em desenvolvimento têm grande contribuição a dar. Há ainda um esforço conjunto para que os governos das duas economias alcancem os objetivos do Acordo de Paris. Lula defendeu que o mundo industrializado precisa cumprir com a sua tarefa de preservação ambiental e não só oferecer dinheiro para os países pobres. Dinheiro, disse Lula, que "às vezes não aparece". Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.