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26/Abr/2023

Recuam investimentos em startups do agronegócio

A diminuição da liquidez na indústria de capital de risco reduziu os investimentos em startups do agronegócio no mundo nos primeiros meses deste ano. No Brasil, a situação é um pouco diferente: como no País esse universo de empresas recebe aportes que, em geral, são menores do que os das startups de economias mais desenvolvidas, elas não foram tão afetadas. De acordo com informações dados da plataforma Crunchbase compilados pela gestora de investimentos The Yield Lab, as empresas iniciantes de base tecnológica dedicada ao agronegócio captaram US$ 1,44 bilhão no mundo no primeiro trimestre deste ano, ou 63% a menos do que no mesmo período de 2022. O número de operações também diminuiu, mas a queda foi menos expressiva: o recuo foi de 3,6%, para 216 aportes. Com isso, o valor médio dos aportes caiu 61,3%, para US$ 6,7 milhões.

A gestora The Yield Lab na América Latina explica que o recuo do valor médio dos desembolsos deveu-se à queda dos investimentos em negócios que exigem mais capital, como as fazendas urbanas e as empresas de proteínas alternativas. Esses segmentos eram hype (tendência), mas a demanda do consumidor não se mostrou tão grande quanto a esperada. Esses produtos não estavam resolvendo problemas reais, e por isso foram os primeiros a sentir os efeitos da diminuição da liquidez. Na contramão, continuam crescendo os aportes em soluções digitais que geram dados para melhorar o uso de insumos, medir o impacto ambiental da atividade agrícola, rastrear produtos desde a origem ou gerenciar melhor o risco na oferta de crédito. O aumento dos juros no mundo também reduziu o ímpeto de investidores de capital de risco.

Os bancos centrais têm elevado as taxas para tentar conter a inflação, o que redirecionou para papéis mais seguros, como os títulos do Tesouro norte-americano, recursos que antes abasteciam a indústria de capital de risco. A qualidade das agtechs brasileiras deve atrair recursos estrangeiros. A crescente demanda global por alimentos e a agenda de descarbonização devem oferecer sustentação ao crescimento das startups brasileiras do agro. Isso é bom, porque o dinheiro norte-americano, por exemplo, vem com conhecimento de gestão. Afinal, o setor de inovação de lá existe há cinco décadas. Mas, a liquidez não deve ser tão grande quanto a que outros segmentos experimentaram há alguns anos. A KPTL afirma que o sentimento de risco nos Estados Unidos, Europa e em Israel é maior do que no Brasil. Não é possível afirmar se essa onda de investimentos em starups do agro será tão grande. Mas, é melhor que seja menor e constante. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.