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28/Abr/2023

Tesouro Direto: governo prepara pacote de produtos

Com o intuito de popularizar o Tesouro Direto, a equipe econômica prepara um pacote de novos produtos que será lançado em julho. A ideia é que títulos públicos sejam usados em garantias de financiamento e como caução de aluguel, por exemplo. Também está previsto o lançamento de papéis para produtos específicos, como os de estímulo à educação, cartões-presente e até as populares “vaquinhas”. Além disso, o título poderá ser usado como diferencial para empresas reterem profissionais por meio de contrapartida à aplicação em títulos destinados aos filhos dos empregados. O Ministério da Fazenda está colocando muita prioridade no programa Tesouro Direto e será lançado um pacote de produtos para popularizá-lo, criar um contexto para que chegue à baixa renda. Além do impacto para as famílias, estão previstas medidas para fomentar a política pública. Haverá reuniões com a B3, plataforma em que os títulos são negociados, para acertar os detalhes sobre como serão os formatos dos novos produtos.

As novidades devem ser lançadas em julho, com a comercialização prevista para agosto. Em março, os investimentos no Tesouro Direto somaram R$ 6,8 bilhões (um recorde mensal), e o estoque é de R$ 110 bilhões. Do total de 23,7 milhões de pessoas que já investiram nesses títulos ao longo das duas décadas de existência, 2,1 milhões têm contas ativas. Depois de 20 anos de existência, o Tesouro Direto cresceu muito, mas ainda está muito aquém do potencial. Entre as frentes que serão abertas, está a de poder usar os títulos para financiamentos bancários e para a compra de automóveis, entre outros. Os títulos do Tesouro Direto poderão ser usados como garantia. Isso ajudaria a reduzir os custos. Os papéis também poderão ser usados como caução no aluguel. Atualmente, o locatário precisa encontrar um fiador ou deixar algum período do aluguel depositado antecipadamente. Neste caso, o dinheiro fica parado, sem rendimentos. A intenção é que fintechs encontrem soluções para lastrear este tipo de produto.

As próprias imobiliárias ou as seguradoras poderiam também oferecer a alternativa a seus clientes que tenham títulos públicos. Além dos casos em que os investimentos servem como ponto de partida para outras operações, há a intenção de estimular o hábito da poupança. Após a boa recepção ao Renda+, de aplicações para a aposentadoria, o governo trabalha para lançar um título voltado ao ciclo educacional, em especial para o período universitário. Uma das ideias é a de um papel com vencimento de 3 a 18 anos voltado para pais que queiram se programar para pagar pelo menos parte dos custos com a universidade. Assim, mesmo quem conta com um filho no ensino médio teria como começar a economizar. Está claro que, quanto mais tempo de acumulação, melhor. Diferentemente dos títulos tradicionais, que podem realizar pagamentos todos os meses, o retorno ocorrerá com parcelas fixas num período de quatro a cinco anos, durante o tempo da faculdade.

Como a taxa de juro é a mesma do mercado, é bem atrativa e gera mais rentabilidade do que poupança, por exemplo. Se o jovem acabar sem frequentar uma faculdade, os recursos poderão ser sacados da mesma forma. A previsão é usar títulos como este para fomentar programas de políticas públicas, com incentivos, por exemplo, para alunos da rede estadual. O gestor poderá comunicar que alunos que concluírem o ensino médio, por exemplo, poderão receber recursos do governo local, que terá adquirido os papéis do Tesouro. A expectativa é a de que, com iniciativas como esta, possa se quebrar o ciclo de pobreza de uma geração a outra. O Ministério da Fazenda trabalha em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que conta com um estudo sobre como incentivos como esse não apenas ajudam o desempenho escolar, mas também colaboram para diminuir a evasão escolar, já que muitos estudantes passam a ter um horizonte.

A ideia é popularizar o Tesouro Direto e que todas as crianças tenham um cadastro no programa. É possível comprar papéis a partir de R$ 30,00. Outra forma de poupança seria por dois outros tipos de produtos. Um é um “gift card” (cartão-presente) para amigos, parentes ou mesmo crianças. Outro é por investimento coletivo dentro de uma família, por exemplo. Pais, padrinhos, tios e avós podem criar um ‘funding’ (reserva) para o ciclo universitário. Aplicações por meio de débito automático serão opções disponíveis. Mais um formato em desenvolvimento é o de contrapartida de empresas em aplicações que seus funcionários possam fazer no Tesouro Direto para investimentos com foco nos filhos. Isso deve aumentar o engajamento do funcionário com a empresa, pois o apelo é ainda maior do que com um modelo similar já feito atualmente para a previdência. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.