05/Mai/2023
O banco cooperativo Sicredi acredita que a margem de lucro do agricultor brasileiro será maior na safra 2023/2024, que começa a ser plantada no segundo semestre, com a redução dos custos de fertilizantes, principalmente. Embora o preço da soja e do milho tenha caído consideravelmente nos últimos meses, a desvalorização dos insumos é ainda maior. Pode ser que o produtor que tenha plantio de duas safras por ano tenha uma margem menor (em 2022/2023) e, no próximo plantio (2023/2024), já recupere aos mesmos patamares anteriores a 2022/2023. A perspectiva considera, principalmente, a queda nos preços de nitrogênio, fósforo e potássio (NPK). A desvalorização dos insumos reduz os custos dos produtores para desenvolvimento das culturas.
No balanço dos últimos cinco anos, as margens de lucro se superavam ano a ano e pode ser que o último semestre seja o único em que houve redução. Independentemente disso, a margem continua positiva. Nos últimos cinco anos, o produtor já vinha observando margens positivas e adequadas para pensar em investimentos. Na safra 2022/2023, no entanto, o custo maior de insumos desestabilizou essa balança. No plantio houve um custo maior com insumos e os preços da commodities agora, no período da colheita, estão bem menores. O produtor de soja foi o mais prejudicado no ciclo 2022/2023. Quando se iniciou o plantio, a oleaginosa era negociada a cerca de R$ 180,00 por saca de 60 Kg e agora tem ofertas próximas de R$ 125,00 por saca de 60 Kg. Com preço em queda, a venda que o produtor está fazendo com relação à safra que acabou de colher tem margem bem menor.
Há muitos produtores com estoque alto, esperando para vender. Os produtores de maior porte realizaram travas de preço e, por isso, estão mais capitalizados e realizando mais investimentos em máquinas agrícolas. Os menores, por sua vez, miram em aquisições mais planejadas e negociam crédito em modelos de financiamento, como o consórcio, que não prevê a aquisição imediata do produto. Na Agrishow, o Sicredi observou um fluxo grande de pessoas no estande e um clima festivo no primeiro dia, mas houve poucos negócios fechados. Nos outros dois dias de feira, o fluxo de negociação aumentou, resultando em R$ 25 bilhões em perspectivas de negócios. O banco tem uma margem de conversão de potenciais vendas em feiras de cerca de 35%. O interesse pelo consórcio aumentou. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.