11/Mai/2023
O Banco Central informou nesta quarta-feira (10/05), no Relatório de Estabilidade Financeira do segundo semestre de 2022, os resultados da primeira edição da pesquisa anual sobre a percepção do mercado financeiro sobre os efeitos dos riscos climáticos para a estabilidade financeira. A pesquisa foi aplicada no primeiro trimestre de 2023 e deve se repetir nesse período a cada ano, para aferir a percepção dos regulados a respeito das ações de gestão e monitoramento de riscos climáticos físicos e de riscos climáticos de transição. De acordo com os resultados da primeira edição, os eventos climáticos físicos de maior impacto nos ativos das instituições financeiras são as secas e as inundações, especialmente no horizonte de tempo acima de cinco anos.
Já os riscos climáticos de transição para uma economia de baixo carbono são classificados pelos participantes como de baixo impacto nos ativos. Mas as instituições entendem que empresas intensivas em emissões de gases do efeito estufa podem ter perdas relevantes de valor de mercado com riscos climáticos de transição, prejudicando a estabilidade financeira. A maioria das instituições consultadas não respondeu ou não avaliou essa pergunta. “Considera-se que esse assunto ainda tem potencial de ser explorado pelas instituições?” Segundo o Banco Central, os riscos climáticos, sejam físicos ou de transição, podem ameaçar a estabilidade do sistema financeiro principalmente por meio da inadimplência, com a redução da capacidade dos clientes de quitar seus débitos. A materialização dos riscos climáticos reduz a receita desses clientes ao provocar danos estruturais físicos ou exigir mudanças em processos de negócio ou de estrutura de mercado.
Em complemento ao teste de estresse sobre o risco físico de seca extrema, realizado no relatório anterior, o Banco Central fez a mesma análise para o risco de chuvas intensas. Segundo o estudo, o Sistema Financeiro Nacional (SFN) não apresenta “risco alto” relacionado a eventos climáticos de chuvas intensas, mas essa percepção altera-se consideravelmente para o futuro. Estima-se que 15,5% do montante de operações de crédito do SFN em 2030 e 32,9% em 2050 estariam em municípios expostos ao risco alto de chuvas intensas. Essa exposição tem distribuição relativamente uniforme entre todos os portes de instituições. A maior exposição ao risco de chuvas intensas concentra-se na Região Nordeste. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.