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18/Mai/2023

Política Externa: desafios para reunificação do G20

"O Brasil voltou" é o atual slogan do governo e sintetiza a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de retomar vitrines dos seus primeiros mandatos, como o Bolsa Família, o programa Minha Casa Minha Vida e a participação em fóruns internacionais, a exemplo do G7 neste final de semana. Mas, de sua ida ao Japão, Lula trará mais do que o anseio de discutir de igual para igual com Estados Unidos, Alemanha e outras potências. O presidente quer usar o encontro para dar início a um processo de refortalecimento do G20, que terá o Brasil na presidência a partir do ano que vem. Lula quer resgatar a importância do G20 e, nesta cúpula do G7 em Hiroshima, terá o desafio de convencer os líderes globais que ter o bloco esvaziado é ruim para o crescimento econômico e para a paz.

Os preparativos para o Brasil assumir o G20 já estão “a todo vapor” e vão ganhar corpo na reunião bilateral entre Lula e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, programada para acontecer às margens desta cúpula de Hiroshima. Hoje sob comando da Índia, o G20, fórum das 19 maiores economias do globo mais a União Europeia, teve destaque no segundo governo Lula, sobretudo após a crise financeira global de 2008. Perdeu fôlego com as tensões sino-americanas, e, principalmente, desde a invasão da Crimeia pela Rússia, em 2014. O início da guerra na Ucrânia no ano passado foi um novo revés para o grupo, que tem pouco clima para trabalhar em sintonia. Ganhou força nesse contexto o G7, a cada dia mais coeso, fruto da expulsão da Rússia do antigo G8. O Grupo dos Sete é formado por Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Japão, Reino Unido, França e Itália. Nações emergentes como Brasil, Índia, Vietnã e Indonésia participam do fórum deste final de semana em Hiroshima na condição de convidados.

A tarefa de Lula não é fácil porque envolve um exercício de concessão por parte das potências. Trata-se de uma ótica comum aos países em desenvolvimento, mas que arrepia as principais economias. Para a missão desafiadora, Lula conta com seu assessor especial Celso Amorim, chanceler no período de ouro do G20, e com o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira. Os dois acompanham Lula na viagem ao Japão. Criar laços internacionais e fortalecer as instituições multilaterais, sobretudo após o desmonte da diplomacia promovido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, é esforço salutar. O perigo está em eventualmente não perceber se a nova conjuntura mundial, como a crescente polarização entre Ocidente e a aliança Rússia-China, é impeditiva ou não para ter o G20 como antes. O mundo mudou. Mais do que voltar, como diz o slogan, o Brasil precisa dialogar com os novos tempos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.