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23/Mai/2023

G7: união para enfrentamento dos desafios globais

Os líderes do G7 publicaram o comunicado oficial da reunião em Hiroshima, no Japão, no sábado (20/05). Eles dizem estar mais unidos do que nunca para enfrentar desafios globais. Os países-membros do grupo já haviam feito um rascunho com suas intenções, com foco na segurança alimentar. O documento elenca seis pontos cruciais que serão priorizados pelo grupo das democracias mais ricas do mundo. Eles afirmam que tomarão medidas concretas para ajudar a Ucrânia na guerra contra a Rússia, fortalecer o desarmamento, coordenar a segurança econômica através de parcerias e conduzir a transição para economias de energia limpa. Eles também lançaram uma Declaração de Ação de Hiroshima para Segurança Alimentar Global Resiliente com países parceiros e esperam mobilizar até US$ 600 bilhões em financiamento para infraestrutura por meio da Parceria para Investimento em Infraestrutura Global (PGII).

O documento fez duras críticas à Rússia e prometeu ajudar a Ucrânia no conflito pelo tempo que for necessário. Para o G7, a guerra representa uma ameaça para o mundo inteiro em violação de direitos fundamentais normas, regras e princípios da comunidade internacional. Os líderes do G7 disseram estar determinados em apoiar a região Indo-Pacífica, contra uma tentativa de mudar o status quo pela força ou coerção. Os países membros reiteraram a importância de a região ser inclusiva, próspera e segura. Foi reiterada a importância de um Indo-Pacífico livre e aberto, que seja inclusivo, próspero, seguro, baseado no estado de direito e que proteja os princípios compartilhados, incluindo soberania, integridade territorial, resolução pacífica de disputas e liberdades fundamentais e direitos humanos. Os países disseram que vão assumir a coordenação com parceiros regionais para garantir o desenvolvimento da região.

O centro das discussões será com a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e os estados membros que fazem parte dela. Também reafirmaram a parceria com os países das Ilhas do Pacífico e reiteraram a importância de apoiar suas prioridades e necessidades. O grupo, formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, também disse incentivar a participação do setor privado, universidades e grupos de reflexão no debate. Os países-membros do G7 disseram estar determinados a colaborar entre si e com outras potências mundiais para promover a evolução dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (BMDs). Os BMDs são instituições financeiras controladas pelos governos e servem como instrumento de financiamento para projetos de grande escala, como obras de infraestrutura. O G7 vai incentivar os BMDs e Instituições Financeiras de Desenvolvimento (DFIs) a acelerar esforços para aumentar sua capacidade de alavancar o financiamento privado, inclusive por meio da implementação de reformas dos BMDs.

O grupo disse que vai apoiar os bancos multilaterais a revisar e transformar seus modelos de negócios para melhor enfrentar desafios transfronteiriços, como mudanças climáticas, pandemias, fragilidade e conflitos, essenciais para reduzir a pobreza. Essa evolução deve vir com o uso mais eficiente do capital existente. O G7 vai contribuir na elaboração de um roteiro para o G20 com recomendações para a estrutura de capital adequada nessas instituições. A ideia é fazer com que os BMDs progridam de maneira abrangente, ao mesmo tempo em que protegem a sustentabilidade financeira de longo prazo, as classificações de crédito robustas e o status de credor preferencial. Essas reformas financeiras podem agregar até US$ 50 bilhões (cerca de R$ 250 bilhões) em capacidade de financiamento na próxima década. O G7 reafirmou o compromisso em cumprir duas metas principais estabelecidas no Acordo de Paris, firmado em 2015: manter o limite de 1,5°C de aumento na temperatura global até 2030 e reduzir para zero as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) até 2050.

O cumprimento desses dois objetivos é considerado crucial para o grupo de potências mundiais para poder interromper a perda de biodiversidade no planeta e garantir a segurança energética. Enquanto a guerra da Rússia contra a Ucrânia impacta mercados de energia e cadeias de suprimentos globalmente, a meta do G7 de zerar emissões de GEE até 2050, o mais tardar, permanece inalterada. As democracias mais ricas do mundo também reconheceram o papel de liderança que têm neste debate. Observando que as emissões já atingiram o pico em todos os países do G7, os países reconheceram o papel crítico de todas as principais economias em limitar os aumentos da temperatura global nesta década crítica e nas décadas subsequentes. Por isso, o grupo pediu para que todos os integrantes cumpram com as estratégias para conseguirem atingir as metas estabelecidas.

Eles observaram a capacidade dos membros poderem reduzir em 50% as emissões de gás carbônico advindas dos veículos do G7 até 2035 ou em relação aos níveis dos anos 2000. Uma das mais maneiras de acelerar o cumprimento dos objetivos para com o clima é promover a transformação verde. O G7 vai se envolver com países em desenvolvimento e emergentes para acelerar a redução de emissões, inclusive apoiando suas transições para economias resilientes ao clima, circulares e positivas para a natureza. O G7 ainda reafirmou o compromisso de mobilizar US$ 100 bilhões anualmente até 2025 para financiar políticas que desaceleram as mudanças climáticas. Sobre as relações comerciais com a China, o G7 afirmou que vai buscar condições equitativas para as empresas e trabalhadores de países-membros do grupo. O objetivo é possibilitar relações econômicas sustentáveis do bloco com o país asiático e enfrentar políticas e práticas não comerciais da China, que distorcem a economia global.

O grupo formado pelas democracias mais ricas do mundo foi assertivo ao dizer que vai combater práticas como a transferência ilegítima de tecnologia ou divulgação de dados. O G7 reconhece a necessidade de proteger certas tecnologias avançadas que podem ser usadas para ameaçar a segurança nacional do grupo sem limitar indevidamente o comércio e o investimento. O bloco ainda disse estar preocupado com os conflitos a leste e sul da China, especialmente com Taiwan. A tensão política entre os dois é histórica e a China tem exercido pressão diplomática para que outros países não reconheçam Taiwan como um Estado independente. Foi reafirmada a importância da paz e da estabilidade no Estreito de Taiwan como indispensáveis para a segurança e a prosperidade da comunidade internacional. O bloco apela para uma resolução pacífica das questões e diz não existir base legal para as reivindicações marítimas expansivas da China no Mar Meridional.

O G7 disse estar pronto para construir relações construtivas e estáveis com a China, com base no interesse nacional de cada país membro. É preciso cooperar com a China, pelo papel na comunidade internacional e pelo tamanho da economia, afirmou o grupo formado pelas democracias mais ricas do mundo. As potências mundiais também esclareceram não buscar prejudicar o desenvolvimento econômico da China. As abordagens políticas não são projetadas para prejudicar a China nem para impedir o progresso e o desenvolvimento econômico. Eles afirmaram, no entanto, que uma China em crescimento que obedeça às regras internacionais seria de interesse global. O G7 disse ainda que vai reduzir dependências excessivas da China em cadeias de suprimento críticas, para investir na “vitalidade econômica” do grupo, com medidas individuais e coletivas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.