04/Sep/2023
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) vai revisar sua estimativa para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) da Agropecuária neste ano. Anteriormente, no início de agosto, a entidade projetava avanço anual de 12,2% na atividade econômica agropecuária. A revisão decorre do resultado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostrou alta de 17,9% no PIB da Agropecuária no primeiro semestre em comparação com igual período de 2022. O viés de revisão é de alta com um resultado muito bom no 1º semestre. A atividade agropecuária deve crescer próximo entre 13% e 13,5%. A alta virá principalmente da safra de grãos e de algumas culturas a rebote, como cana-de-açúcar e café. Com o maior crescimento estimado, a atividade agropecuária deve elevar sua participação no PIB nacional para a ordem de 8,5% ante 6,8% em 2022. A participação deve ser maior considerando o desempenho dos outros setores e da atividade agropecuária. No primeiro trimestre, a agropecuária representou 10,2% de tudo que o Brasil produziu e no segundo, 9,2%.
Nos próximos trimestres, a participação deve ser menor pela sazonalidade do setor, mas, no ano, outros fatores, como o desempenho da indústria, vão influenciar. Quanto ao desempenho do setor no segundo trimestre deste ano em relação a igual período do ano passado, o crescimento de 17% do PIB agro foi positivo e superou a expectativa da CNA, de alta de 14% a 15%. O resultado foi muito bom, acima do esperado e deve-se, principalmente, à maior safra de milho de inverno (2ª safra de 2023), de algodão e com contribuição positiva do café. Para os próximos trimestres, o principal ponto de atenção para a produção nacional é a ocorrência e severidade do fenômeno climático El Niño, que pode afetar a colheita da safra de inverno 2022/2023 e o preparo e plantio da safra 2023/2024. A expectativa é que a safra de trigo venha bem, mas possíveis prejuízos causados pelo El Niño nos preocupam. O terceiro trimestre será o período da entrada da safra de trigo, com algum resquício da produção de algodão e boa previsão de cana-de-açúcar. A produção de laranja também preocupa.
A MB Agro revisou para cima as perspectivas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da Agropecuária em 2023, de 7% a 8% para entre 11% e 12%. A revisão se deve ao resultado positivo para o indicador no segundo trimestre, que subiu 17% ante o 2º trimestre de 2022, embora tenha recuado 0,9% ante o 1º trimestre de 2023, período que teve avanço de 21%. O resultado é atribuído principalmente ao clima favorável, que favoreceu as principais culturas do País e um crescimento significativo na produção da soja, principal produto brasileiro. O Brasil deve colher uma safra 17% maior do que no ano passado. Outros fatores citados foram a safra recorde de milho, além de boas produtividades dos setores de carnes, com uma produção de carne bovina maior do que o esperado, além do algodão. A participação do PIB Agro para os próximos trimestres deve ser menor, visto que a soja já está colhida e outras commodities importantes como cana-de-açúcar e café também já estão em processo de colheita. O único que ainda pode ser prejudicado é o trigo. Outro fator para o qual chama a atenção é o clima, importante para o desenvolvimento da safra 2023/2024 de soja, que começa a ser plantada neste mês de setembro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.