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04/Sep/2023

PIB do 2º trimestre/2023 sobe ante o 1º trimestre

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou alta de 0,90% no segundo trimestre de 2023 ante o primeiro trimestre. O resultado veio acima das previsões de analistas. Na comparação com o segundo trimestre de 2022, o PIB apresentou alta de 3,40%, resultado que também superou a mediana das previsões do mercado. O PIB do segundo trimestre de 2023 totalizou R$ 2,651 trilhões. O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária registrou baixa de 0,90% no segundo trimestre de 2023 ante o primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2022, o PIB apresentou avanço de 17,00%. O Produto Interno Bruto (PIB) da indústria registrou alta de 0,90% no segundo trimestre de 2023 ante o primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2022, o PIB apresentou avanço de 1,50%. O Produto Interno Bruto (PIB) de serviços registrou alta de 0,60% no segundo trimestre de 2023 ante o primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2022, o PIB apresentou avanço de 2,30%.

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) registrou alta de 0,10% no segundo trimestre de 2023 ante o primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2022, a FBCF apresentou recuo de 2,60%. A taxa de investimento (FBCF/PIB) do segundo trimestre ficou em 17,20%. O consumo das famílias registrou alta de 0,90% no segundo trimestre de 2023 ante o primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2022, o consumo das famílias apresentou avanço de 3,00%. O consumo do governo, por sua vez, subiu 0,70% no segundo trimestre de 2023 ante o primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2022, o consumo do governo teve alta de 2,90%. As exportações cresceram 2,90% no segundo trimestre de 2023 ante o primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2022, as exportações apresentaram alta de 12,10%. As importações contabilizadas no PIB, por sua vez, cresceram 4,50% no segundo trimestre de 2023 ante o primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2022, as importações apresentaram alta de 2,10%.

A contabilidade das exportações e importações no PIB é diferente da realizada para a elaboração da balança comercial. No PIB, entram bens e serviços, e as variações percentuais divulgadas dizem respeito ao volume. Na balança comercial, entram somente bens, e o registro é feito em valores, com grande influência dos preços. A taxa de poupança ficou em 16,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2023. A taxa de investimento ficou em 17,2% no segundo trimestre de 2023. As atividades financeiras cresceram 1,30% no segundo trimestre de 2023 ante o primeiro trimestre, enquanto as atividades imobiliárias avançaram 0,50%. As indústrias extrativas cresceram 1,80% no segundo trimestre de 2023 ante o primeiro trimestre, informação e comunicação avançaram 0,70% e produção e distribuição de eletricidade, água e esgoto cresceram 0,40%. O comércio cresceu 0,10%, a indústria de transformação avançou 0,30% e a construção cresceu 0,70%. O setor de transporte e armazenagem avançou 0,90%, enquanto as outras atividades de serviços cresceram 1,30%.

A administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social cresceram 0,40%, enquanto a agropecuária recuou 0,90%. O IBGE revisou o PIB do primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre de 2022, que passou de alta de 1,9% para aumento de 1,8%. O órgão também revisou a taxa do PIB do quarto trimestre de 2022 ante o terceiro trimestre de 2022, de uma queda de 0,1% para elevação de 0,1%. O fim da safra de soja e política monetária explicam a desaceleração no PIB no segundo trimestre de 2023 na comparação com o primeiro. O Brasil manteve crescimento importante, apesar da desaceleração ante os três primeiros meses do ano. O fato é atribuído à boa base de comparação do primeiro trimestre e, mais objetivamente, pode-se citar a taxa de juros elevada e o recuo do agronegócio (-0,9%), cujo PIB havia puxado o desempenho do primeiro trimestre. O movimento se deve ao fato de cerca de 60% da safra da soja já ter sido colhida nos primeiros três meses do ano. Mas, o País continua com um crescimento importante. Obviamente, a política monetária influencia a economia. Mas, tem outros fatores que amenizam.

A única atividade que caiu foi agropecuária, mas isso não significa que seja um ano ruim para a atividade. A queda se deveu a essa comparação das safras. A alta de 0,9% no PIB do segundo trimestre de 2023 ante o quarto trimestre de 2022 foi a oitava seguida na série com ajuste sazonal. O PIB cresceu 3,7% no primeiro semestre do ano. O PIB alcançou o maior patamar da série histórica, iniciada em 1996, e está 7,4% acima do patamar pré-pandemia, do quarto trimestre de 2019. A igual alta de 0,9% no PIB da indústria no segundo trimestre do ano ante o primeiro foi a mais acentuada desde o segundo trimestre de 2022, quando o segmento cresceu 1,2%. No primeiro trimestre, a indústria havia ficado estável (0,1%) ante os últimos três meses de 2022. O PIB de Serviços, que avançou 0,6% no segundo trimestre, completou 12 trimestres sem variações negativas. O comportamento repete o verificado pelo IBGE no primeiro trimestre (0,6%). O consumo das famílias, que cresceu 0,9% no segundo trimestre contra o primeiro, teve a alta mais acentuada desde o segundo trimestre de 2022 (1,6%).

A alta de 0,7% no Consumo do Governo na mesma base de comparação é a mais acentuada desde o terceiro trimestre do ano passado (1,5%). Outro destaque foi a alta de 4,5% nas importações no segundo trimestre contra o primeiro, a mais acentuada desde o terceiro trimestre de 2022 (5,2%). As importações se recuperam após duas quedas seguidas. Por fim, as exportações, que subiram 2,9% na margem no segundo trimestre, se reaproximaram do crescimento verificado no fim de 2022 (3,5%), após terem crescido apenas 0,3% nos três primeiros meses deste ano. A taxa de investimento para o segundo trimestre deste ano, que foi de 17,2% do PIB é a menor para esse período do ano desde 2020, quando registrou 15%. Por sua vez, a taxa de poupança para o segundo trimestre deste ano, de 16,9% do PIB, é a menor para esse período do ano desde 2020, quando atingiu 16,7%.

A alta de 0,9% no consumo das famílias no segundo trimestre do ano na comparação com o primeiro foi ajudada por medidas do governo, como a desoneração dos automóveis e o reajuste do Bolsa Família. Esta foi a oitava alta trimestral seguida do consumo das famílias. O desconto nos automóveis ajudou mais no consumo do que serviu de incentivo à produção de veículos novos, uma vez que as montadoras já tinham estoques. O efeito da medida, portanto, se restringiu, ao menos em um primeiro momento, ao impulso nas vendas. Outras influências positivas no consumo das famílias foram os reajustes do funcionalismo público, do salário-mínimo, além de um mercado de trabalho mais resiliente e medidas de facilitação do crédito. Do lado positivo, o mercado de trabalho vem melhorando constantemente, há o crescimento do crédito e várias medidas governamentais como incentivos fiscais, vide redução de preços de automóveis, e os reajustes nos programas de transferência de renda, notadamente o Bolsa Família. Por outro lado, os juros seguem altos, o que dificulta o consumo de bens duráveis, e as famílias seguem endividadas porque, apesar do programa de renegociação de dívidas, elas levam um tempo para se recuperar.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, celebrou o resultado do PIB do segundo trimestre. Para a ministra, o avanço já demonstra que o País vai registrar um crescimento de 3% ao final deste ano mesmo se a economia ficar estagnada nos semestres seguintes. O PIB do segundo trimestre cresceu 3 vezes mais que as expectativas. Em mais uma forte surpresa de crescimento da economia brasileira, o Ministério do Planejamento destacou a expansão dos componentes da demanda do PIB do segundo trimestre, que tiveram crescimento simultâneo no período, algo que não ocorria desde 2010. O crescimento do PIB no segundo trimestre foi elevado e superou as expectativas de mercado. Esse resultado mostra o bom desempenho do setor industrial, influenciado sobretudo pela alta na indústria extrativa, e a continuidade do crescimento do setor de serviços pelo 12º trimestre consecutivo e apresenta uma taxa média anualizada de 4,2% neste período. O Ministério do Planejamento destacou o vigor do consumo das famílias e forte desempenho das exportações.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a Pasta vai aumentar a estimativa de crescimento do PIB para este ano, atualmente em 2,5%. De acordo com ele, a economia brasileira deve crescer algo em torno de 3%, dado o desempenho visto no primeiro semestre. No segundo trimestre, o PIB cresceu 0,9% em relação ao primeiro, acima da mediana das estimativas. O dado coloca um viés de alta na projeção de crescimento. Todo o mercado deve revisar as projeções no sentido positivo. O segundo trimestre veio forte, e isso deve garantir um crescimento no ano em torno de 3%. Haddad afirmou que os dados mostram que o crescimento está disseminado entre vários setores da economia, gerando um padrão saudável. Ainda de acordo com ele, há preocupações com a atividade no terceiro trimestre, mas que não devem mudar o quadro geral para o ano. A arrecadação de julho permite antever uma atividade mais fraca naquele mês, mas os números foram afetados por uma arrecadação excepcionalmente baixa por parte de algumas empresas. Agosto está melhor do que julho. O ministro não espera que o crescimento acima do esperado da economia venha acompanhado de uma aceleração da inflação, o que poderia afetar o ritmo do corte na taxa de juros nas próximas reuniões do Copom. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.