06/Sep/2023
Única autoridade a ter três momentos de fala durante a cúpula do grupo das 20 maiores economias do mundo (G20) em Nova Délhi, além do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deverá apresentar um discurso muito semelhante aos que promoveu em Paris e em Belém. O chefe do Executivo deve dar destaque também à necessidade de reformas em organismos multilaterais. Algumas sugestões já foram feitas ao presidente, mas suas falas deverão ser fechadas durante o longo voo do Brasil até a Índia, horas antes de sua chegada ao país. Em junho, durante a cúpula organizada pela França para discutir um novo pacto financeiro global, Lula disse que falaria de improviso.
Na ocasião, o presidente convocou as autoridades a participarem da COP30, que ocorrerá em 2025 em Belém, no Pará, com uma forte atenção a questões de sustentabilidade, citando também a continuidade da existência da fome em todo o planeta. Tocou em temas como protecionismo, promessa de recursos dos países mais ricos para os em desenvolvimento e criação de novas moedas para o comércio internacional. No mês passado, o chefe do Executivo voltou a praticamente todos esses temas na Cúpula da Amazônia, enfatizando a importância da floresta em pé e a redução do desmatamento. Assim como já ocorreu em Paris, Lula deve voltar ao tema de necessidade de reformas nos organismos internacionais.
Naquela ocasião, pediu desculpas ao Banco Mundial (Bird) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI), mas disse que é preciso rever o funcionamento dessas instituições. Lula defendeu que é preciso ter mais dinheiro, novas direções, mais gente participando da direção, porque não podem ser apenas os mesmos de 1945, 1946, 1947 e 1948. Ainda que o discurso não esteja fechado, está certo que estes assuntos serão retomados como o centro das falas do chefe do Executivo brasileiro na passagem por Nova Délhi. Até porque serão também o tema da realização do G20 no Brasil.
Cada país anfitrião escolhe os eixos a serem discutidos ao longo do ano de sua presidência rotativa. Modi, por exemplo, escolheu o slogan "Uma Terra Uma Família Um Futuro", que é bem alinhado ao slogan de seu próprio governo. Dados os constrangimentos diplomáticos causados pela guerra na Ucrânia, Lula deverá manter o tom mais baixo sobre o tema, como já vem fazendo em participações internacionais mais recentemente. Quando assumiu a presidência, o tom era mais de convocar os dois lados (Ucrânia e Rússia) para tentar encontrar uma saída para o impasse. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.