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06/Sep/2023

Petrobras: créditos de carbono no plano estratégico

Segundo a Petrobras, o próximo Plano Estratégico da companhia, até 2028, vai elevar a previsão de investimento em créditos de carbono, ultrapassando a atual previsão de R$ 120 milhões. A Petrobras anunciou nesta terça-feira (05/09), a primeira compra desses créditos de sua história: 175 mil créditos de carbono, cada um equivalente a 1 tonelada de gás carbônico (CO2) evitado na atmosfera por meio de preservação florestal. A ideia é ultrapassar esses R$ 120 milhões em créditos de carbono a serem investidos em cinco anos. No próximo plano, muito provavelmente, esse valor vai ser ultrapassado. O próximo plano estratégico será divulgado ao mercado em novembro. A parcela dos investimentos voltados a descarbonização vai saltar de 5% para algo entre 5% e 15%, mas mais próximo da banda superior.

O montante total reservado a quaisquer investimentos até 2028, no entanto, pode ser menor que os US$ 78 bilhões ora previstos até 2027, em função de quedas na cotação do petróleo no último ano. Isso só reforça a o peso da diretoria nas prioridades da Petrobras à frente, o que passa por investimentos em biocombustíveis de última geração, tecnologias de captura de carbono (CCS e CCUS), investimentos em energias renováveis, como eólica e solar, além, é claro, da participação no mercado de créditos de carbono. Para esse último, a ideia é fazer operações cada vez mais frequentes, mas sempre seguras, incluindo não só compra, como também venda de créditos no futuro, quando tecnologias como a de CCUS estiverem maduras e operacionais.

Sobre a primeira operação, o valor total dela nem o preço dos créditos comprados do Projeto Envira Amazônia foi revelado porque a Petrobras pretende fechar novos negócios do tipo e não quer abrir informações estratégicas. O Envira Amazônia tem foco em preservação florestal e desenvolvimento socioeconômico no município de Feijó, no Acre. Ainda assim, o valor pago esteve um pouco acima da média do mercado em função do custo de certificação dos créditos junto à Verra, certificadora que segue o padrão internacional Verified Carbon Standard (VCS). A Petrobras optou por uma operação segura e fez questão de comprar créditos um pouco mais caros, mas que dão a segurança de preservar efetivamente áreas da Amazônia. Essa certificação garante transparência, confiabilidade e rastreabilidade da origem desse crédito de carbono e seu uso, sua efetividade.

Há um portal para o acompanhamento dos certificados de preservação. Os créditos da vez vêm pelo mercado voluntário e não poderão ser transferidos quando o País criar o mercado regulado, em discussão no Congresso Nacional. Aí, haverá uma nova operação, completamente diferente, voltada para esse novo mercado regulado. Além da segurança, o município de Feijó, no Acre, está situado no cinturão do desmatamento, o que ajuda a frear a atividade ilegal, responsável por mais da metade das emissões de gases do efeito estufa do País atualmente. O município de Feijó foi o 24º município brasileiro com maior índice de desmatamento entre 2019 e 2022. A Petrobras está focando em uma área sob grande pressão de desmate para de fato fazer a diferença na preservação. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.