13/Sep/2023
O El Niño, que eleva as temperaturas do Oceano Pacífico, está por trás da intensidade das chuvas registradas e do ciclone no Rio Grande do Sul este mês, que deixaram 47 mortos e milhares de desabrigados. O ápice do fenômeno está previsto para ocorrer entre dezembro e janeiro, prolongando o período de maior risco de desastres naturais para a Região Sul. O aquecimento anormal das águas do oceano altera as correntes de vento e as precipitações em diversas partes do globo. Na Região Sul do Brasil, especificamente, o El Niño provoca tempestades intensas e frequentes, que devem se repetir esta semana. Segundo previsão da Metsul, esta semana será de mais chuva e enchentes na Região Sul, com a possibilidade da formação de um novo ciclone extratropical perto da costa brasileira até esta quinta-feira (14/09).
Segundo o Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, a atmosfera está trabalhando em “modo El Niño”. Infelizmente, haverá mais situações como as da semana passada, com episódios de chuva mais frequentes e mais intensos. Esse é o ‘padrão El Niño’ na Região Sul. A média de precipitação para setembro no Rio Grande do Sul é de 180 milímetros, a média registrada nos primeiros oito dias de setembro já foi de 200 mm. E, nesses primeiros dias do mês, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou volumes superiores a 200 mm em muitas áreas, sendo que alguns locais chegaram a acumular mais de 300 mm, como é o caso de Passo Fundo, Serafina Correa e Cruz Alta. O El Niño afeta também o regime dos ventos. No alto da atmosfera, a pelo menos 8 quilômetros de altura, os mais frios e mais intensos, chamados de jatos, tendem a se intensificar.
Vento, calor e umidade. É tudo do que se precisa para a formação de tempestades. Dadas essas condições, é preciso ter atenção na passagem de todas as frentes frias pela Região Sul pelo menos até o fim do ano. A Região Sul costuma receber frentes frias da Antártida. Quando essas frentes se chocam com o ar mais quente, a tendência é de formação de tempestades e até de ciclones extratropicais. Além disso, as mudanças climáticas tendem a agravar o El Niño. Há falhas na cultura da prevenção, pois as informações já estão disponíveis. Não adianta depois dos desastres colocar a culpa em quem não pode se defender, no caso o clima. Os efeitos do aquecimento global já são evidentes. Não é algo que vai acontecer no futuro, já está acontecendo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.